Pilotos boca-suja levam advertência na F1
Os pilotos da Fórmula 1 foram advertidos para tomar cuidado com seu linguajar depois dos palavrões proferidos por Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen no pódio do GP de Abu Dhabi, no domingo passado.
Um porta-voz da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) disse na quinta-feira que uma carta reservada e “amistosa” foi enviada aos diretores de comunicações de todas as equipes, observando que os palavrões nas entrevistas transmitidas pela TV “lançam um raio indesejado de publicidade adversa sobre as equipes, os patrocinadores, o esporte e a FIA”.
Raikkonen, que voltou a vencer um GP pela primeira vez desde 2009, é conhecido por seu jeito taciturno e por seu inglês quase ininteligível. Mas deu para entender claramente o que ele disse no pódio dos Emirados, ao ser entrevistado por seu ex-colega de McLaren David Coulthard, hoje comentarista de TV.
“Da última vez vocês estavam cagando para mim porque eu não sorria o suficiente”, declarou o finlandês assim que entrou no ar.
O alemão Vettel, atual campeão mundial e terceiro colocado na prova, disse na mesma transmissão que o fato de ter largado dos boxes foi “obviamente uma chance de f. com tudo, e não fizemos isso”.
As duas frases foram mantidas na transcrição oficial da FIA.
Coulthard depois pediu desculpas aos espectadores, lembrando que os dois pilotos não estavam se expressando nas respectivas línguas maternas.
A carta da FIA admite que “no calor da batalha a adrenalina, a alegria ou a frustração podem formar uma mistura perigosa e embriagante”, mas observa que muitos outros esportistas também são entrevistados em situações semelhantes, e geralmente se contêm.
A entrevista do pódio, sempre conduzida por um ex-piloto, é uma novidade introduzida neste ano na F1, para oferecer algo mais aos espectadores no autódromo. Antes, os pilotos se limitavam a acenar e espirrar champanhe antes de serem levados para uma entrevista coletiva.
Ironicamente, as equipes sabidamente recomendam que os pilotos falem palavrões pelo rádio, durante as corridas, para que eles não sejam colocados no ar pelas TVs e, consequentemente, ouvidos pelas equipes concorrentes. Essas comunicações só vão ao ar depois de serem ouvidas pela direção da F1.