Robles que encerrar carreira nos 110m em grande estilo
Campeão olímpico e detentor do recorde mundial, Dayron Robles espera pacientemente um dos confrontos mais aguardados da Olimpíada de Londres, a final dos 110 metros com barreiras. A busca pelo outro é só uma das razões – o cubano também quer provar algo.
Robles, de 25 anos e um dos ídolos esportivos mais adorados de Cuba, planeja encerrar sua carreira estelar defendendo seu título olímpico, além de compensar a decepção por sua desclassificação da final do campeonato mundial do ano passado na Coreia do Sul.
Robles foi o primeiro a cruzar a linha de chegada em Daegu, mas foi eliminado após um recurso impetrado por atrapalhar o chinês Liu Xiang, seu rival de longa data, que se aproximava rapidamente dele perto do final da prova.
O norte-americano Jason Richardson foi declarado vencedor e Liu, campeão olímpico em 2004, recebeu a medalha de prata, enquanto o britânico Andrew Turner ficou com o bronze.
Argumentando que o choque físico foi acidental e incidental, Robles disse que o contato é comum no evento, já que os atletas abrem os braços para saltar os obstáculos.
“Eu me vejo como campeão”, disse ele à Reuters.
Lesões e infortúnios à parte, a final olímpica deve contar com os três corredores mais velozes da prova: Robles (12s87), Liu (12s88) e o norte-americano David Oliver (12s89).
“Vou tentar correr abaixo dos 13 segundos. Não é fácil, mas é meu objetivo”, disse Robles, cujo melhor tempo na temporada abreviada pelas contusões foi 13s18.
Buscando a mentalidade apropriada para a revanche em Londres, Robles disse que não vai se desculpar com o chinês antes dos Jogos.
“Fora da pista somos amigos, mas nas competições preciso vencer, e esta é sempre uma guerra”, afirmou Robles.
“Sou meu próprio rival, quando estou em boa forma existe a chance de que meus rivais se preocupem mais comigo do que eu com eles”.
Conhecido por suas largadas explosivas, Robles teve que abrandar sua temporada pré-olímpica após sofrer lesões derivadas do esforço de lidar com 10 barreiras na disparada até a linha final.
Em duas ocasiões se esperava que Robles fizesse sua estreia em solo norte-americano nesta temporada, mas ele não competiu em nenhuma delas.
Um problema com seu visto o forçou a cancelar uma participação em Oregon, e depois uma contusão em treinamento desandou sua ida a Nova York em junho.
Santiago Antúnez, seu treinador de longa data, disse que o cubano está bem encaminhado para o desafio londrino.
“Dayron vem se preparando bem, muito bem”, afirmou Antúnez à Reuters. “Ele teve duas semanas e meia desde que retomou os treinos em Havana depois de um pequeno inchaço na perna que o impediu de competir nos Estados Unidos”.
Robles, que tem pé chato e foi assolado por lesões ao longo da carreira, anunciou sua aposentadoria para depois da Olimpíada de Londres.
Mas antes ele tem mais um duelo com seu arquirrival Liu, que alcançou o recorde mundial de Robles, de 12seg87, mas não ficou com a marca por conta da ajuda do vento.
É mais uma chance de Robles provar ser o maior corredor do mundo em sua categoria e se tornar o terceiro atleta com títulos olímpicos consecutivos nos 110 metros com barreiras, depois dos norte-americanos Lee Calhoun (1956 e 1960) e Roger Kingdom (1984 e 1988).