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Talento do taekwondo se concentra

12/10/2011 17h21 - Atualizado há 13 anos Publicado por: Redação
Talento do taekwondo se concentra

sem-imagemNo time brasileiro que a partir de sábado, dia 15, disputa as competições dos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011 há gente experiente como Diogo Silva, medalhista de bronze em Santo Domingo 2003 e de ouro no Rio 2007, e Natalia Falavigna, bronze olímpico em Beijing 2008. Mas há também uma jovem lutadora de expressão serena e concentração impressionante. Aos 21 anos, estreante em Jogos Pan-americanos, Raphaella Galacho é a mais nova dos seis atletas da delegação. Mas nem por isso está a passeio em Guadalajara. “Meu sonho sempre foi esse: viver esse clima. O que eu quero é o ouro”, afirmou.

Ouro nos Jogos Sul-americanos Medellín 2010 e campeã dos Jogos da Lusofonia Lisboa 2009, Raphaella é um talento em ascensão. E que tem a confiança do técnico Fernando Madureira. “Não é muito comum termos como titular na equipe dos Jogos Pan-americanos atletas tão jovens como ela. Normalmente, um lutador de taekowndo começa a amadurecer por volta dos 25 anos. Mas, logo depois do Pan do Rio, eu a vi numa competição do juvenil e senti que ela já poderia estar aqui em Guadalajara”, revelou. Ele se impressionou com o estilo, a técnica e a tranquilidade. “Em artes marciais, além do treinamento, é muito importante o que chamamos de neutralização do ambiente. O atleta tem que saber se ligar apenas nele e abstrair o que está em volta. Ela tem isso. Ela é tão tranquila que parece que está passeando na floresta”, contou Madureira.

A técnica Carmen Silva brinca e diz que “a Raphaella é antissocial”. O tom é exagerado, mas a própria lutadora admite que é assim que se prepara. “Quanto mais perto chega da competição, mais eu gosto de ficar sozinha e me desligar de tudo”, revelou. As pequenas coisas se tornam capazes de irritá-la, por isso a preferência pelo isolamento. “Coloco o fone de ouvido e fico ali no meu mundo.”

Enquanto não se desliga, Raphaella ouve com a atenção as orientações dos técnicos. “A Raphaella consegue mapear o aspecto tático da luta com bastante facilidade. Ela é muito rápida na leitura. E também atenta às orientações e capaz de executá-las logo”, elogiou Madureira. De fato, todos a aconselham, não apenas os treinadores. Companheiros mais tarimbados como Márcio Wenceslau e Diogo Silva têm este cuidado. “Na idade dela é normal ter altos e baixos, mas a Raphaella já tem encontrado um equilíbrio, tanto que foi prata nos Jogos Mundiais Militares este ano”, relembrou Diogo. “E a genética está ao lado dela. Como é alta e flexível, tem grande facilidade para chutar no rosto e, na pontuação atual, isso conta três pontos. Os lutadores latinos que vamos enfrentar aqui têm um estilo agressivo e por isso se expõem mais. É assim que as lutas dela terminam com placares extensos, com 12 ou mais pontos”, analisou Diogo.

Isso ainda aos 21 anos. Fernando Madureira vê um bom futuro para Raphaella e acredita que ela estará no seu auge nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Diogo diz que o futuro depende apenas do atleta. “Quem vai fazer sua carreira é ela.” Mas Raphaella admite que também sonha. Gostaria de estar na cidade mexicana de Querétaro em novembro, quando acontecerá a seletiva para os Jogos Olímpicos Londres 2012. “Agora meu foco é o Pan. Uma luta por vez. Mas tenho aquela pontinha de esperança de ser convocada”, admitiu. Com tanta concentração, não é impossível. (cob.com.br){jcomments on}

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