Teixeira segue na CBF, mas deve pedir licença
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, foi confirmado no cargo nesta quarta-feira, 29, durante encontro com presidentes de federações estaduais, mas deve pedir em breve uma licença temporária para cuidar de problemas de saúde, segundo os dirigentes.
Teixeira tem um histórico de problemas cardíacos e passou por uma crise de diverticulite no ano passado.
“Ele falou que houve muito rumor da saída dele para pouca verdade e dissipou qualquer dúvida. Ele fica”, disse à Reuters o presidente da Federação do Ceará, Mauro Carmélio.
“Ele pode sair para resolver o problema de saúde que está tendo. Uma licença para tratamento médico e deixou aberta essa possibilidade, mas não abandona a CBF”, acrescentou ele, sem especificar qual seria o problema.
Um outro presidente de federação que esteve na reunião na sede da CBF, no Rio de Janeiro, confirmou a provável licença temporária de Teixeira. “Ele não está bem de saúde e vai precisar de tratamentos médicos. Só não disse quando deve sair”, declarou a fonte, sob condição de anonimato.
A assembleia extraordinária da CBF reuniu os presidentes das 27 federações para discutir o estatuto da entidade. Poucas medidas novas foram tomadas e o artigo mais importante que trata de sucessão na entidade foi mantido.
Em caso de licença temporária da CBF, Teixeira pode indicar um dos cinco vice-presidentes regionais para ocupar a vaga. Já em caso de saída permanente, assumiria o vice-presidente mais velho da entidade, José Maria Marin, de 79 anos, e ligado ao futebol de São Paulo.
Nesta quarta-feira, 29, os presidentes de federação aprovaram uma emenda ao estatuto que prevê que em caso de ausência de um vice-presidente regional uma eleição será convocada para a escolha do suplente.
“O estatuto não foi alterado porque isso poderia ser interpretado de uma outra forma e com outro objetivo. Permanece como vinha antes. Apenas foi inserido um parágrafo no assunto sobre vacância que versa sobre o preenchimento do cargo de vice-presidente”, declarou o presidente da Federação de Futebol do Rio, Rubens Lopes, porta-voz dos federados.
Ele e o presidente de Rio Grande do Sul, Bahia e Santa Catarina lideraram um movimento antes da assembleia para que se alterasse o estatuto, permitindo a convocação de novas eleições em caso de saída temporária de Ricardo Teixeira.
“Aqui houve por unanimidade um apoio total e irrestrito ao presidente Ricardo para que ele continue seu mandato naturalmente”, declarou o representante carioca. “Não se cogitou em nenhum momento uma saída dele da presidência. Ele tem respaldo e aval de todos nós”, finalizou.
Nas últimas semanas, surgiram rumores sobre uma possível saída de Teixeira da CBF e do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014, do qual ele também é presidente.
O dirigente de 64 anos, que preside a CBF desde 1989, é alvo de denúncias de irregularidades e estaria sendo pressionado pela Fifa e pelo governo federal a deixar o comando do futebol brasileiro.