Estiagem aumenta procura por gasolina
Com o aumento do preço do etanol aumenta também a demanda pela gasolina. Custando quase 70% do preço da gasolina e com bem menos rendimento, o álcool perde espaço nos postos de gasolina de São Carlos. Antigamente o que era sinônimo de desconto para o bolso dos motoristas, o que se vê hoje é a preferência pelo derivado do petróleo.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de São Carlos, Eugênio Mallaguti, o aumento do preço do álcool se deve aos problemas na plantação. “A dificuldade do cultivo da cana-de-açúcar é grande, ela sofre muito com a estiagem além de vários outros fatores, principalmente climáticos”.
Malagutti explica também que com essa seca, a cana fica propícia para ser feito o açúcar e, em compensação, mais impróprio para o álcool.
O presidente afirma ainda que isso levou a Petrobrás a diminuir o índice de álcool na gasolina. “Além disso, se essa intempérie (alteração climática) continuar atrapalhará também a colheita dos grãos. Ultimamente, está sendo feita a importação do etanol dos EUA, o “álcool de milho”, porém ele é mais caro”, explana.
Ele ressalta também que para o ano que vem a expectativa é também de baixa produção, portanto a tendência é manter elevado o preço do álcool.
Para Odino Piva, dono de um posto de gasolina na cidade, o posto em si não sofre com essa maior demanda na gasolina, e sim a distribuidora. “O uso da gasolina aumentou, é o que percebo. O álcool representa aproximadamente 70% da gasolina e isso faz com que as pessoas prefiram a gasolina”, relata o proprietário.
Já para Alexandre, gerente de outro posto de São Carlos, antes o que se via era a procura muito maior pelo etanol, mas hoje em dia, quem tem carro flex, opta pela gasolina.
Ele comenta que a distribuidora, por contrato, fornece o combustível, mas que no começo, como não esperavam o crescimento dessa demanda, até atrasou um pouco o fornecimento.
Ele ressalta também que a falta de álcool e aumento da procura da gasolina também é prejudicial ao posto. “O posto perde, porque para atender a demanda, muitas vezes, a gasolina aditivada é vendida ao preço de comum para não perder o cliente”, finaliza.
Foto: Anna Paula Carvalho {jcomments on}