Pesquisas na área – Controle de Vetores são realizadas pelos pesquisadores do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) – INCT – IFSC – USP
O controle dessas doenças vetoriais é, portanto, intimamente ligado ao controle do agente transmissor
As arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti são importantes causas de epidemias atuais. Exemplos dessas doenças são a dengue, Chikungunya, febre amarela e Zika. O controle dessas doenças vetoriais é, portanto, intimamente ligado ao controle do agente transmissor.
A busca pela efetiva redução da transmissão dessas doenças vem dando espaço para pesquisas científicas, em especial buscando o controle populacional do inseto vetor Aedes aegypti. Entretanto, essa abordagem não precisa se voltar unicamente para o mosquito adulto, mas também para as larvas. Isso porque, inseticidas em geral (aplicados na larva ou no mosquito adulto) podem causar danos ao meio ambiente e atuar selecionando mosquitos resistentes, principalmente se utilizados indiscriminadamente.
Uma alternativa que vem sendo estudada pelo grupo de Biofotônica Ambiental – CEPOF – INCT – IFSC – USP é pautada na inativação fotodinâmica (IFD). Essa abordagem, em conjunto com demais estratégias existentes para controle vetorial, pode apresentar uma técnica promissora para atender as demandas de saúde pública. Atualmente, a pesquisa tem se voltado para controle das larvas de Ae. aegypti.
A IFD envolve três componentes principais: fotossensibilizador (FS), luz e oxigênio molecular. Nenhum desses componentes é tóxico para o ambiente. Além disso, a luz necessária para que o processo ocorra pode ser a luz solar. A interação entre esses elementos produz espécies reativas de oxigênio (EROs) capazes de induzir a morte do organismo-alvo. No nosso caso, as larvas do vetor.
A curcumina, um pigmento do rizoma da Curcuma longa, popularmente conhecida como açafrão da terra, tem sido usada como FS em diversas áreas da pesquisa científica, o que sugeriu que poderia também ser um potencial fotolarvicida. Nas larvas de Ae. aegypti, a curcumina é capaz de causar a morte por dano celular, após a formação de EROs, no sistema digestório das larvas. Dessa forma, elas atuam simultaneamente em múltiplas estruturas celulares, levando a danos irreversíveis nas larvas. Além disso, o mecanismo que a IFD se baseia pode reduzir a indução de resistência em populações do inseto. A curcumina enquanto FS também oferece segurança ambiental para organismos não-alvo, devido à sua baixa persistência na presença de luz, gerando menor efeito residual em comparação aos larvicidas convencionais.
O projeto visa demostrar a perspectiva de um produto de inovação tecnológica baseado em curcumina que apresente com impactos significativos na ordem econômica, sustentabilidade, saúde pública e políticas públicas do país. Os resultados obtidos pelo grupo,em laboratório, demonstraram eficácia na IFD com curcumina e que, de fato, não apresenta efeitos tóxicos para o ambiente. Atualmente a pesquisa encontra-se em fase de semi-campo, isto é, criadouros artificiais com maior volume de água). Publicações do seu efeito larvicida podem ser encontradas em:
https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1612-202X/ac4591
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1572100022000291?via%3Dihub
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/ps.6286
https://link.springer.com/article/10.1007/s11356-020-09210-4
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1572100020301940?via%3Dihub
https://www.mdpi.com/1420-3049/27/17/5699
Fontes: Doutorando Matheus Garbuio – CEPOF – INCT – IFSC – USP – Programa de Pós-graduação em Biotecnologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); Dra. Kamila Jessie Sammarro Silva – CEPOF – INCT – IFSC – USP; Dra. Alessandra Ramos Lima – CEPOF-INCT – IFSC – USP; Graduanda I.C. Mariana de Souza – CEPOF – INCT – IFSC – USP; Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato – Coordenador do CEPOF – INCT – IFSC – USP; Ms. Kleber Jorge Savio Chicrala – Difusão Científica e Jornalismo Científico – CEPOF – INCT – IFSC – USP.
Matheus Garbuio: Doutorando no Programa de Pós-graduação em Biotecnologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Bolsista Capes, desenvolve pesquisa no Laboratório de Biofotônica do Grupo de Óptica (GO) do Instituto de Física de São Carlos (USP). Mestre em Biotecnologia pela UFSCar (2021). Graduado em Ciências Biológicas (Bacharelado) do Centro Universitário Central Paulista (UNICEP). Seu trabalho no grupo de Biofotônica Ambiental se concentra em ecotoxicologia e inativação fotodinâmica para o controle do vetor Aedes aegypti.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/4970296342450124
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-9055-205X
A Dra. Alessandra Ramos Lima, , pesquisadora do laboratório de Biofotônica Ambiental do GO (IFSC/USP), possui Doutorado em Química pelo Instituto de Química da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Brasil (2020). É Mestra em Química pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, Brasil (2016) e possui graduação em Química Bacharel – UFGD, Brasil (2013). Tem experiência em química analítica e ação fotodinâmica e na criação e manutenção de insetário. Atualmente atua nos seguintes temas: Biofotônica, metais inseticidas, inativação fotodinâmica de insetos vetores (Ae. aegypti) e microrganismos, formulações, fotodegradação através de fotólise e desenvolvimento de metodologias analíticas.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/2937413804518289
Orcid: https://orcid.org/0000-0001-5810-5137
A Dra. Kamila Jessie Sammarro Silva, pesquisadora do laboratório de Biofotônica Ambiental do GO (IFSC/USP), tem doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e é Mestra em Ciências pela mesma instituição. Possui graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá. Possui experiência em tratamentos físico-químicos para diferentes matrizes ambientais, em especial utilizando processos oxidativos avançados visando remoção de contaminantes químicos e inativação de microrganismos.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/0517372378645684
Orcid: https://orcid.org/0000-0002-6881-4217
Mariana de Souza – Graduanda no curso Bacharel em Ciências Biológicas no Centro Universitário Central Paulista (UNICEP) e realiza pesquisa no Laboratório de Biofotônica do GO do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) na área de biofotônica ambiental, tendo experiência em tocixidade ambiental, ecotoxicidade e fotobioestimulação em plantas.
Lattes: http://lattes.cnpq.br/5522753499570715