Terapia por Fotobiomodulação utiliza Laser e LED em pesquisa e aplicações
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A Síndrome Metabólica é caracterizada por um conjunto de condições que têm como base a resistência à insulina. De acordo com os critérios brasileiros, a Síndrome Metabólica é diagnosticada quando estão presentes pelo menos três dos cinco critérios abaixo:
- Obesidade central: circunferência da cintura superior a 88 cm em mulheres e 102 cm em homens;
- Hipertensão arterial: pressão arterial sistólica ≥ 130 mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 85 mmHg;
- Glicemia alterada: glicemia de jejum ≥ 110 mg/dl ou diagnóstico prévio de diabetes;
- Triglicerídeos elevados: níveis ≥ 150 mg/dl;
- HDL-colesterol baixo: ≤ 40 mg/dl em homens e ≤ 50 mg/dl em mulheres.
A Síndrome Metabólica está associada a um aumento significativo do risco de eventos cardiovasculares, como infartos e derrames, tornando essencial o tratamento dos seus componentes. As principais intervenções incluem:
- Adoção de um estilo de vida saudável: que inclui a prática regular de atividades físicas, perda de peso, alimentação equilibrada e a cessação do tabagismo;
- Uso de medicação: Em muitos casos, o uso de medicamentos é necessário para controlar fatores como pressão arterial, níveis de glicose e lipídios no sangue.
Nos últimos anos, pesquisadores têm investigado novas abordagens terapêuticas, como o uso da terapia por fotobiomodulação. Esta técnica não invasiva utiliza luz de baixa potência e não ionizante como laser e LED para modular atividades biológicas nos tecidos-alvo, como forma de tratar ou melhorar aspectos da síndrome metabólica.
A aplicação do laser terapêutico pode ocorrer de diferentes formas, como aplicação local, laser acupuntura, irradiação transcraniana e irradiação sanguínea conhecida como ILIB (sigla em inglês para Intravascular Laser Irradiation of Blood). Atualmente, a técnica ILIB é realizada de maneira não invasiva, utilizando uma pulseira posicionada diretamente sobre a pele que direciona o laser para uma artéria, geralmente a artéria radial, localizada no punho.
Os efeitos da irradiação sanguínea são sistêmicos, o que a torna uma área de estudo promissora para a redução de níveis de glicose, colesterol, lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL). Dessa forma, essa terapia apresenta um potencial significativo para o tratamento de diversas doenças.
Uma pesquisa de doutorado conduzida pela aluna Thaisa Fernanda Queiroz de Souza, sob a coordenação da Profª. Drª. Carla Tim, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Biomédica da Universidade Brasil (UB), conta com a colaboração das Profªs. Drªs. Lívia Assis e Dora Inês, além de uma parceria com a empresa Ibramed. O estudo investiga o tratamento de pacientes com síndrome metabólica por meio da técnica ILIB transdérmica, visando melhorar os marcadores metabólicos e a qualidade de vida dos participantes. Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, resultados parciais têm mostrado redução na glicemia em jejum e uma melhora significativa na qualidade de vida dos envolvidos, gerando um sentimento de realização para toda a equipe do projeto.
A Profª. Carla destaca que a terapia por fotobiomodulação, utilizando laser e LED, é uma abordagem terapêutica versátil, aplicável a diversas condições, como fraturas ósseas, osteoartrite e lesões de pele. Essa ampla gama de aplicações evidencia o potencial significativo dessa terapia na promoção da saúde e no tratamento de diversas doenças. O Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) – IFSC – USP, coordenado pelo Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, vem também tradicionalmente pesquisando o uso do Led e Laser na área da saúde, em parceria com diversas Instituições de ensino e pesquisa no Brasil e no exterior.
Ela ressalta ainda a importância dos ensinamentos da Profª. Drª. Ana Claudia Rennó, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP – Santos), que tiveram um impacto profundo em sua trajetória acadêmica.
Além disso, ela menciona a valiosa colaboração do Prof. Dr. Nivaldo Parizotto, pesquisador aposentado da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e atualmente pesquisador na Universidade Brasil (UB). A Profª. Carla considera o Prof. Nivaldo não apenas um colega de trabalho, mas também uma fonte de inspiração, cujos conhecimentos e experiências têm contribuído significativamente para o avanço da pesquisa e da prática na área da fotobiomodulação.
Fontes: Profa Dra Carla Roberta Tim – Professora Titular Pós-Graduação em Engenharia Biomédica – Universidade Brasil (UB); Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato – Coordenador do CEPOF – INCT – IFSC – USP e Membro do Grupo de Óptica – IFSC – USP, e Me Kleber Jorge Savio Chicrala – Difusão Científica e Jornalismo Científico – CEPOF – INCT – Grupo de Óptica – IFSC – USP