PAULO MELLO
São Carlos FM
O vereador Lineu Navarro (PT) afirmou, na manhã desta segunda-feira (8), durante entrevista ao Primeira Página no Ar, da São Carlos FM, que a Prefeitura de São Carlos pode ter permitido — ou deixado ocorrer — a retirada irregular de grande quantidade de paralelepípedos armazenados em áreas públicas sob responsabilidade municipal. O material, segundo ele, foi deslocado por caminhões e máquinas de uma área próxima ao antigo “Marrom Glacê” e à cadeia pública, entre as ruas Rotary Club e Bolívia, em direção desconhecida.
O parlamentar diz ter recebido denúncias de moradores sobre movimentações atípicas de tratores e caminhões no terreno. Ao vistoriar o local, encontrou montes de terra e capim que encobriam o que descreveu como “uma grande quantidade de paralelepípedos”, material que historicamente compôs o calçamento de diversas ruas de São Carlos e que possui alto valor econômico e arquitetônico.
“Por baixo daqueles morros de terra há milhares de peças de granito. É um bem público e não houve leilão, edital ou qualquer processo legal. Isso é irregular e configura furto”, afirmou.
Durante a entrevista, Lineu destacou que o paralelepípedo, além de ser parte do patrimônio histórico e urbano de São Carlos, hoje é procurado por arquitetos e empresas privadas pela durabilidade, estética e menor impacto ambiental em comparação ao asfalto.
Segundo ele, empresas locais chegam a comercializar cada peça entre R$ 5 e R$ 6, podendo reduzir o preço quando a venda é feita em grande volume. “Se retiraram duas ou três mil peças, estamos falando de valores significativos. Mas, acima de tudo, é patrimônio público”, reforçou.
O vereador também lembrou que muitos desses paralelepípedos foram retirados ao longo das últimas décadas em obras de pavimentação, citando casos como a Rua Cândido Padim (antiga Cares Botelho), a Rua Alexandrina e trechos da região do Jardim Paulista. Parte desse material, explicou, costumava ser levada para a garagem municipal, antes de ser deslocada para depósitos da Prefeitura.
Lineu informou que encaminhou requerimento à Prefeitura questionando: quem autorizou a movimentação e retirada das pedras; qual empresa realizou o serviço; a quantidade retirada; o valor estimado do material; e quem é o responsável pela gestão dos terrenos públicos onde o material estava depositado.
Segundo ele, o secretário municipal de Gestão da Cidade, Leonardo Lázaro, telefonou após ver a denúncia nas redes sociais, mas reconheceu que a área não está sob sua responsabilidade direta. “Se não houver resposta rápida e providências, vou registrar boletim de ocorrência por furto de bem público. A Prefeitura precisa responder e estancar essa situação”, finaliza o vereador.
