Quando se pensa na tristeza, se é relembrado geralmente de momentos negativos da própria vida ou daquilo que não quer ser sentido. Por isso, se tornou rotineiro que se tente ao máximo a evitar.
No entanto, será que fazer isso é o certo?
A tristeza, em si, é algo completamente normal do ser humano. E é uma emoção basal, ou seja, faz parte da nossa base universal de desenvolvimento, independente da cultura ou região.
Uma vez que um indivíduo aprende sobre a própria tristeza, esse é capaz de, por exemplo: identificar e comunicar melhor como se sente; lidar com desespero, angústia ou luto; entender melhor as situações que causam a emoção e como se adequar ou mudar as mesmas; e aprender a se autorregular frente aos estados emocionais.
Desta forma, se propor a negar algo tão intrínseco da natureza humana pode ter resultados negativos no desenvolvimento socioemocional da pessoa. Como: não ser capaz de lidar com frustrações e apresentar comportamentos de “birra” ou mais narcísicos; entrar em um estado de humor mais rebaixado, pois qualquer tristeza se coloca como um desafio muito grande a ser sentido; ou incapacidade de sentir e superar um luto.
É importante também ser capaz de diferenciar uma tristeza que dura certo tempo de um processo de luto, de uma depressão. Porque a tristeza, como dito acima, é um sentimento que diz sobre algo, sinaliza que há um incomodo ou angústia a ser resolvida.
O luto, por outro lado, é uma reação à perda de algo amado com o qual se precisa aprender a conviver sem. Já a depressão fala de uma perda de sentido de vida, de um esvaziamento de vontades e valores, de um ser preenchido por um vazio angustiante.
Por isso, não é saudável que se faça o esforço de “ser feliz o tempo todo”. Mesmo que isso seja uma cobrança social ou da indústria medicamentosa. Já que, caso se escolha “ser feliz a todo custo”, o custo pago é a própria saúde e capacidade de se desenvolver.
Portanto, em todos esses casos a tristeza merece sua atenção. Pois ela denuncia o que está acontecendo internamente e no seu momento de vida. E, se você costuma ter dificuldade de lidar com qualquer um dos temas discutidos, a ajuda de um psicólogo pode ser indicada.
Porque é a partir da terapia que se é capaz de entrar em contato, em um ambiente seguro, com aquilo que geralmente pode ser desconfortável, mas é extremamente importante de fazer isso. E, assim, aprender a lidar com os próprios sentimentos de maneira saudável.
Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)
Psicanalista especializado em gênero e sexualidade
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