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Bullying, uma epidemia social

É fenômeno de agressão social e pode ocorrer muitas vezes sem razão aparente

02/08/2023 20h44 - Atualizado há 1 ano Publicado por: Redação
Bullying, uma epidemia social

Na segunda edição da coluna “Psicologia em Foco” falaremos sobre a questão do Bullying. Para muitos pode parecer desnecessário, afinal, é comum que a gente escute que “antigamente isso não existia”. Mas, será que isso é verdade?

Para respondermos essa pergunta, primeiro precisamos entender o que exatamente é o bullying. É um comportamento agressivo, repetitivo e intencional. É fenômeno de agressão social e pode ocorrer muitas vezes sem razão aparente. Mas não quer dizer que ela não exista.

Além disso, o bullying não se restringe apenas ao ambiente escolar, ou apenas a interações entre jovens. Já que as agressões são conduzidas por quem possui um tipo de poder sobre as vítimas. Ou seja, podem ocorrer num ambiente de trabalho, por exemplo. Essas agressões podem ser: verbais; físicas e materiais; psicológicas e morais; sexuais; e virtuais ou cyberbullying.

Assim, faz sentido que o bullying afete os comportamentos das pessoas a longo prazo. Pesquisas mostram uma relação clara entre o sofrer bullying e o desenvolvimento de sofrimentos psíquicos, emocionais, problemas de socialização ou isolamento e de transtornos depressivos. Além de comportamentos autodestrutivos, ansiedade, problemas com figuras de autoridade e até mesmo suicídio.

Precisamos entender também os personagens dessa peça de mal gosto. Temos os agressores, que cometem as violências como tentativa de estabelecer uma ordem social. As vítimas, os alvos e aquelas consideradas “inadequadas” a um grupo. E há os observadores, que veem as violências ocorrendo repetidamente e não tomam nenhuma ação e acabam dando mais força aos agressores.

Pesquisas nacionais e internacionais mostram que, as vítimas expostas aos sentimentos de inadequação, medo das agressões repetidas e transtornos resultantes das violências do bullying, podem ter reações trágicas. Dentre elas, temos: carregar armas de fogo ou brancas, se envolver em agressões físicas, praticar furtos ou roubos, a pratica de abusos e uso de drogas. Isso porque, se buscam muletas emocionais ou demonstrações de força como forma de enfrentar as violências.

Aqueles que sofrem bullying tendem a normalizar a situação ou têm medo de denunciá-la. Há o medo de ser repreendido por estar no lugar de “vítima”. Se tem a crença de que a situação de violência será permanente. Nesses casos, é preciso os acolher e também denunciar os agressores.

Há o caso dos agressores que, uma vez que se dão conta da situação, são tomados por sentimentos ou de empoderamento ou de vergonha e culpa. Em todos os casos, é necessária a intervenção do psicólogo, para informar, prevenir, orientar, acolher as pessoas e lidar com o bullying e suas consequências. Seja no contato com os jovens, pais ou educadores, tanto vítimas, agressores ou observadores.

 

Psicólogo formado pela PUC-Campinas.

Psicanalista pós-graduado pela Mackenzie-SP.

Especializado em Psicanálise, Gênero e Sexualidade pelo Instituto Sedes Sapientiae.

Matheus Wada Santos

CRP 06/168009

@psi_matheuswada

(16)99629-6663

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