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Dependência Emocional

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28/07/2024 04h59 - Atualizado há 1 mês Publicado por: Redação
Dependência Emocional Foto - Reprodução

Na semana passada falou-se na coluna sobre a importância do luto. E hoje, será abordado um assunto que se relaciona a ele. Porque também retrata a importância de ser capaz de viver a parte de outra pessoa.

É fato que a presença dos outros é vital no nosso dia a dia. No entanto, essa presença pode se tornar mais do que importante, chegando a ser definidora do ego (da personalidade) do indivíduo.

Nesses casos, há a chamada “codependência” ou “dependência emocional ou afetiva”. Em que se usa da outra pessoa para satisfazer as suas próprias necessidades emocionais de forma patológica.

Esse quadro costuma ser mais retratado em relacionamentos amorosos na mídia, mas pode ocorrer também em amizades, relacionamentos familiares, com figuras de autoridade, animais, objetos ou substâncias.

Isso porque, há o comprometimento da capacidade de alguém manter uma relação satisfatória e saudável. A pessoa “que depende” apresenta um padrão crônico de afetos insatisfeitos. Mas, ao mesmo tempo, tem medo de ser rejeitada pelo outro, por isso não consegue se desapegar dele.

É comum que, sem o outro que serve de muleta emocional, ocorra: dificuldade de socialização, de tomada de decisões, vazio emocional, abstinência, baixa autoestima, ciúmes e sentimento de impotência.

Ademais, comportamentos autodestrutivos ocorrem junto do quadro de dependência emocional, tal qual outras psicopatologias, como: depressão, ansiedade e transtornos alimentares.

E para a psicologia a codependência costuma ser entendida a partir de questões emocionais da infância.  Por exemplo, no início da vida, o bebê busca por atenção, aprovação e evitação da angustia.

E há pais que são superprotetores, resultando em alguém que não aprendeu a lidar com as frustrações e angústias. Assim, o sujeito fica dependente de outra pessoa para defendê-lo dessas. Porém, há quem subproteja os bebês. Fazendo com que eles cresçam para eternamente buscar o amor aprovação que não conseguiram das figuras parentais, depositando isso na pessoa de quem vem a depender de forma patológica.

Como cresceram assim, as pessoas dependentes acreditam que seu quadro é inofensivo. E parte desse entendimento também se dá devido a fatores culturais, que perpetuam a ideia de que o relacionamento é o um objetivo de vida e não o perpetuar a qualquer custo é uma falha.

O custo disso é que pesquisas mostram que homens dependentes costumam ser ciumentos, agressivos e violentos. Já mulheres dependentes apresentam comportamentos mais submissos e de dificuldade de tomadas de decisões. E, quando tentam sair desse tipo de relacionamento tendem a sofrer violência doméstica. Enquanto homens pendem para ideações suicidas.

Tendo tudo isso em mente, é recomendado o tratamento através da psicoterapia. Com um psicólogo é possível que a pessoa reconheça os sinais e sintomas da dependência emocional, lide com as suas angustias, frustrações, medo de rejeição, desenvolva maior autonomia, se conheça melhor e lide com as questões que estão a fazendo perpetuar o comportamento de dependência.

 

Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)

Psicanalista especializado em gênero e sexualidade

Redes: @psi_matheuswada

Telefone: (16)99629-6663

Email: [email protected]

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