Dismorfia corporal: você já estranhou seu próprio corpo ao olhar no espelho?
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Na matéria dessa semana, falo sobre algo que pode afetar muitas pessoas em diversos estágios de suas vidas, o Transtorno Dimórfico Corporal (TDC). E, cujo diagnóstico vem se tornando mais comum conforme as redes passam a imagem e “necessidade” de seguir um padrão estético inalcançável aos jovens.
A dismorfia é um transtorno psicológico e ocorre quando a pessoa hipervaloriza pequenas imperfeições de sua aparência em contraposição a uma imagem (irreal) de perfeição. Decorre da angústia e tristeza intensas geradas por pensamentos obsessivos-compulsivos de que deveria ser sempre melhor do que já é.
É comum nesses casos, que se descrevam as partes do corpo que não gostam como: feias, defeituosas, monstruosas, deformadas ou medonhas.
O indivíduo fantasia que essas imperfeições levarão a resultados catastróficos na convivência do seu dia-a-dia. O que pode resultar em mudanças de comportamento, problemas de autoestima, transtornos psíquicos e problemas com suas relações.
Essa autoavaliação está, em parte, desligada da realidade. Ou seja, essas pessoas não entendem que suas feições são comuns. Por exemplo: uma pessoa de peso normal se considerar muito magra ou muito gorda.
O que a leva a comportamentos de esconder essas “falhas” ou tentar remove-las do próprio corpo. Como: um indivíduo com um transtorno alimentar, que se considera acima do peso (embora não esteja) ter o comportamento de usar roupas largas, apertar ou cortar as partes “gordas” do corpo(autolesões) e controlar o que come.
Comportamentos comuns que decorrem do TDC são: se olhar constantemente no espelho (ou evitá-los completamente), preocupação constante com a opinião alheia sobre o seu físico, auto lesões, necessidade de reafirmação excessiva, busca por tratamentos cosméticos e estéticos para esconder os “defeitos” e isolamento social.
Ademais, o TDC pode ocorrer em diversas situações. Como: em casos de transtornos alimentares, de TOC (transtorno obsessivo compulsivo), depressão, ansiedade, de problemas com peso, autoimagem, disfunções neuroquímicas, traumas (como bullying), pressões sociais (como as redes), modos de criação e fatores emocionais.
É importante que o diagnóstico seja feito durante um processo terapêutico com um psicólogo e também em uma avaliação com um psiquiatra. Podendo oferecer, então, um tratamento correto e de melhor qualidade.
Além disso, um profissional da saúde mental, como um psicólogo, pode ajudar a diferenciar o TDC de outros transtornos mentais e dar o suporte e ajuda necessários para enfrentá-lo. Assim, desenvolvendo uma percepção mais realista da própria aparência, construindo uma autoimagem real e autoestima mais saudável.
Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)
Psicanalista especializado em gênero e sexualidade
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