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Dopamina: vício em prazer

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17/03/2024 05h37 - Atualizado há 8 meses Publicado por: Redação
Dopamina: vício em prazer

A dopamina é um neurotransmissor (mensageiro químico que transporta e estimula sinais entre os neurônios ou células nervosas) descoberto em 1957. Conhecida erroneamente como “hormônio do prazer”, na verdade age em questões de motivação e está ligada ao sistema de recompensa cerebral por tarefas. Uma vez que se realiza algo que causa sua liberação, o corpo responde com o prazer e até mesmo com a euforia.

No entanto, o organismo sempre tende a chamada homeostase (ao equilíbrio). Isso significa que uma vez que se tem um episódio de euforia, o corpo busca o equilíbrio com um episódio de baixa de humor. Como se um pêndulo fosse ao outro extremo antes de voltar ao meio. Fazendo com que a dopamina caia abaixo dos níveis basais (mínimos necessários ao funcionamento).

Essas baixas são as conhecidas “ressacas” ou “depressões pós” algum episódio muito prazeroso, e quanto maior o episódio de alta, maior o episódio de baixa, o que se torna ainda mais intenso quando as euforias são causadas por vícios ou substâncias.

A baixa é quase que uma sensação de abstinência. E, nesse quesito, se manifesta em sintomas como: ansiedade, depressão, desejo descontrolado, irritabilidade, mania, insônia, compulsões (podendo ou não ser alimentares), fissura pela droga de preferência, entre outros.

Além disso, conforme se é exposto a elementos que geram altos níveis de liberação de dopamina, se passa a criar uma tolerância a ela. Essa é a “lógica do vício”, de se precisar de doses sempre maiores para reviver a primeira experiência de prazer. E o vício em dopamina precisa ser reconhecido justamente dessa forma: como um vício.

Alguns dos elementos que geram rápida liberação de dopamina, com períodos cada vez menores de baixa, são: jogos, séries, telas, mídias sociais, alimentos, bebidas ou drogas.

Esse excesso de estímulos vai dessensibilizando os prazeres da vida. E, mesmo que não se dessensibilize é comum que se busque ficar entorpecido de remédios para não lidar com emoções menos estimulantes.

Contudo, ao se privar da dor e de experiências desprazerosas impede que sejam construídos conhecimentos que permitem o amadurecimento psicológico do ser humano. É preciso ser capaz de acolher essas experiências e momentos desconfortáveis e evoluir com eles. Para que se aprenda, por exemplo, a lidar com as frustrações de uma forma saudável ao longo da vida.

 

Matheus Wada Santos

CRP 06/168009

@psi_matheuswada

(16)99629-6663

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