O TEA (Transtorno do Espectro Autista) e a escola. Como incluir?
Em 2025 a campanha traz a chamada: “Informação gera empatia, empatia gera respeito”

Em abril ocorre a campanha de conscientização sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista). E, em 2025 a campanha traz a chamada: “Informação gera empatia, empatia gera respeito”.
Por isso, cabe que se façam reflexões e enalteça a informação de como pode ser uma boa vida escolar para crianças e adolescentes com TEA. Já que o acesso ao ambiente escolar está diretamente ligado ao desenvolvimento mental, social e emocional da pessoa.
De acordo com o Censo da Educação Básica (2024): no Brasil, entre 2022 e 2023, “o número de estudantes com TEA matriculados em salas de aula comuns aumentou em 50%”. Portanto, a escola de hoje precisa se fazer um ambiente de inclusão.
No entanto, crianças com TEA podem enfrentar dificuldades devido à falta de preparo da escola, somado a pouca ou nenhuma informação de outros estudantes sobre os comportamentos e dificuldades que acompanham o diagnóstico. E isso pode resultar comumente em casos de bullying, violência que geralmente vai para além da verbal, se transforma em física e até terror psicológico.
Isto resulta em prejuízos psicológicos e de desenvolvimento: a criança passa a normalizar ser marginalizada na sua vivência; que suas necessidades não importam; se cria um vínculo de medo ou repulsa pelo ambiente escolar e pelo aprendizado de coisas novas; a normatização de atos de violência consigo ou com o outro; transtornos mentais podem surgir; se cria uma maior rigidez nos hiperfocos e dificuldades de lidar com mudanças mesmo que pequenas; perda da evolução do desenvolvimento cognitivo e dos aprendizados até ali.
Dessa forma, não basta apenas a matrícula. É necessário também ter estratégias que levem ao amplo acesso ao ambiente escolar, participação, inclusão e permanência dessas crianças na sala de aula.
Dentre as possíveis estratégias, tem-se: combate ao bullying; disseminar informação sobre o TEA; adaptações pedagógicas para incluir a pessoa no mesmo tema a ser aprendido; adaptação de recursos visuais, táteis, olfativos ou sonoros; e inclusão da “dinâmica de pares” (técnica em que uma pessoa com deficiência e uma sem deficiência são colocadas como um par para aprenderem juntos).
Assim, se cria um senso de pertencimento, segurança e de identidade individual e coletiva no ambiente escolar, resultando na inclusão e interação social durante a aula e para fora dela. E na criação de vínculos que podem levar a evoluções cognitivas, aprendizados, maior socialização e autorregulação emocional.
Para a aplicação de todas essas estratégias, o papel da psicologia é importante. Pois, é necessário que exista um profissional que trabalhe no campo da educação especial (educador especial, psicólogo ou pedagogo) e que tenha o conhecimento psicológico adequado para implantá-las corretamente. Ademais, com a terapia individual e, se possível precoce, podem se criar planos de aprendizagem individualizados e desenvolver melhor capacidades da criança.
Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)
Psicanalista especializado em gênero e sexualidade
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