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Por que escolher algo é tão difícil? Se escolhemos, por que a frustração?

Reprodução/Roraima em Tempo

É um cenário comum: ter de escolher algo para cozinhar com os amigos, mas cada ter um prato favorito; ou até mesmo querer aproveitar o final de semana, mas ter vários afazeres.

Nesses contextos, a pessoa se depara com necessidade de precisar escolher uma coisa em detrimento de outra. No entanto, isso nem sempre é fácil.

E pode ser até mesmo paralisante, mesmo que não se perceba. Por exemplo, alguém que quer assistir a um filme enquanto se come algo, só que em meio a diversas opções de entretenimento, fica procurando, se alimenta e não assiste a nada.

Sheena Iyengar e Mark Leeper publicaram um extensivo estudo psicológico chamado “Quando a escolha é desmotivadora” (2000, tradução livre). O qual traz os seguintes dados: primeiro, que o ato de tomada de decisão pode ser algo estimulante e por isso a existência de várias escolhas é algo positivo; segundo, porém, é que quando há muitas possibilidades, há pessoas que se paralisam por sentirem que não vão escolher sempre o melhor.

Isto quer dizer que, embora as pessoas geralmente gostem de ter um cardápio do qual escolher, se ele for muito extenso, o medo da decisão errada deixa o indivíduo muito ansioso. E isso se torna angustiante e impede a ação.

Neste sentido há aqueles que buscam sempre a opção mais ideal. Com um medo mais irracional de lidar com a falha ou a realidade. O que geralmente reflete um medo de não ser o suficiente ou de mostrar para si (ou outro) que a escolha “não é boa”.

Desta forma, o escolher é sempre algo muito mais ansioso e estressante. E gera arrependimento, acompanhado de baixa satisfação, não importando se a escolha foi boa ou ruim.

Por outro lado, há quem opte por aquilo que é possível dentro do contexto de realidade. Não se busca um ideal inatingível a todo momento, mas sim algo possível e satisfatório. Não é um se conformar, mas sim encontrar o que faz sentido para si.

Em vista disso, a angústia durante a tomada de decisão é menor, assim como a sensação de ficar paralisado em frente a diversas opções vai deixando de aparecer. E, uma vez feita a escolha, essas pessoas geralmente não se sentem arrependidas ou descontentes.

Levando tudo isso em conta, a psicoterapia pode ser um caminho para aprender a lidar com as angústias e paralisias que se apresentam, se você tem essas dificuldades ao enfrentar as escolhas cotidianas.

Pois é possível elaborar questões emocionais, lidar com a ansiedade, dúvidas crônicas, arrependimentos, perda de prazer do dia a dia, fadiga psíquica, escolhas que “definem o futuro”, perfeccionismo e autoestima.

 

Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)

Psicanalista especializado em gênero e sexualidade

Redes: @psicologo_matheuswada

WhatsApp: (16) 99629 – 6663

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