Procrastinação, o famoso “faço daqui a pouquinho” e suas consequências
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A procrastinação é um comportamento que se tornou corriqueiro para muitos. E pode ser algo até mesmo normal quando se tem uma tarefa indesejável para ser feita.
Mas, pode também se tornar um obstáculo no dia a dia, afinal, quem nunca deixou algo para “mais tarde” ou para “daqui a pouco” e isso se tornou uma urgência?
Essa é a essência do procrastinar sintomático, postergar uma tarefa ou ação de caráter de emergência. O problema é: que o momento de realizar essas tarefas não costuma chegar. Ou, quando chega, é muito próximo aos prazos estipulados para uma entrega e o indivíduo não consegue cumprir com os combinados.
Como consequência, tem-se sentimentos de: ansiedade, estresse, culpa, perda de produtividade, vergonha, falta de compromisso e responsabilidade em relação aos outros.
Alguns comportamentos reforçam a procrastinação, como a busca por distrações (como usar as telas, por exemplo), para não se pensar na tarefa que se está evitando. O que potencializa ainda mais os sentimentos negativos citados.
E diferente do senso comum, o procrastinar não está ligado a preguiça ou a má vontade, mas sim a outros fatores como: a um mal julgamento da tarefa escolhida (que é muito fácil ou muito difícil para o tempo dado), medo do fracasso, autossabotagem, perfeccionismo, falta de organização e problemas de regulação emocional.
Por isso, autores e pesquisadores mostram como Timothy A. Pychyl (“Vencendo o quebra-cabeças da procrastinação”, 2013), Joseph Ferrari (“Ainda procrastinando: o guia para superação”, 2010, tradução livre), Piers Steel (autor de 3 livros sobre o assunto) e Clarry H. Lay (“Aconselhamento de procrastinadores no setting acadêmico”, 2004, tradução livre), vêm pesquisando a relação entre saúde mental e procrastinação. Assim, sabe-se que esse comportamento leva a sentimentos de falta de controle, incapacidade, depressão, desamparo e baixa autoestima. E pode ter relação com TOC (Transtorno Obsessivo compulsivo), estado depressivo ou ansioso, ou TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade).
Desse modo, uma vez que o procrastinar se torna um problema, a busca por um psicólogo para lidar com a situação pode ser de grande ajuda. Pois, através da terapia, a pessoa poderá: trabalhar a motivação e regulação emocional; reorganizar objetivos e rotina de forma realista; lidar com a autossabotagem e tendências perfeccionistas; identificar os padrões de procrastinação; e tratar os transtornos citados que podem estar levando a esse problema.
Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)
Psicanalista especializado em gênero e sexualidade
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