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Setembro Amarelo e o tabu do suicídio, porque precisamos falar disso

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01/09/2024 06h01 - Atualizado há 2 semanas Publicado por: Redação
Setembro Amarelo e o tabu do suicídio, porque precisamos falar disso

A campanha do “Setembro Amarelo” busca a conscientização e prevenção ao suicídio, com o lema “Se precisar, peça ajuda!”. Tendo seu início em 2013 no calendário nacional. E realizada em setembro devido ao dia 10/09 ser o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, em conformidade com a OMS (Organização Mundial de Saúde).

De acordo com a OMS, o Brasil ocupa o 8º lugar no rank de países com maiores taxas de suicídio no mundo. E, conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2023, o número só cresceu desde 2010.

Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, 96,8% dos casos de suicídio estão associados a outros transtornos, como: ansiedade, depressão, transtornos bipolares, psicóticos, de humor ou personalidade.

Desta forma, o tabu do suicídio se associa ao estigma dos transtornos mentais. E a tarefa de conscientização se torna de difícil aderência, já que se cria um duplo “não dito”.

Pois, há a crença de que falar sobre o assunto pode incentivar as pessoas ao ato ou “contamina-las” com a ideia. Crenças errôneas que também prejudicam o processo de posvenção (processo de cuidado e acolhimento prestado aos sobreviventes de um suicídio).

Sabe-se, porém, que é a partir da educação que se faz o enfrentamento de uma questão como esta. Por isso, desde o início da campanha, órgãos como o CVV (Centro de Valorização a Vida), Conselho Federal de Medicina, Conselho Federal de Psicologia e Associação Brasileira de Psiquiatria produzem materiais de como a abordagem pode ser feita de forma correta e educativa.

No entanto, justamente por ficar no campo do não dito, a fantasia ao redor do ato é tão rica. A ideação suicida, então, se apresenta como uma saída atraente para a pessoa que está passando por uma dor esmagadora.

Isso porque indivíduo que contempla o suicídio está passando por dois grandes processos. Primeiro, o de estar em sofrimento tão avassalador que nenhuma outra saída parece cabível para toda angústia. E, segundo, o de ter poucos recursos internos para lidar com toda a sua dor, não encontrando outras maneiras possíveis de enfrentar a situação em que se encontra.

É comum, então, que a pessoa apresente: piora no desempenho escolar ou do trabalho, desamparo, desespero, alterações no sono e apetite, descuido com a aparência, perda de interesse em atividades de que gostava, isolamento, falta de esperança e até mesmo frases como “ficariam melhor sem mim” ou “preferia estar morto”.

Assim, é importante acolher quem está em sofrimento, livre de julgamentos e também buscar a ajuda de profissionais da saúde mental, que trabalharão em conjunto, como psicólogos e psiquiatras.

Sendo possível na psicoterapia: avaliar o risco da situação, acolher o paciente, fornecer um local sigiloso e seguro para que ele se expresse, ajudar na construção de recursos para enfrentar seu sofrimento, fortalecer a rede apoio da pessoa e a criar planos de enfrentamentos de crise. Além da possibilidade de tratar das questões que levaram inicialmente as ideações suicidas.

 

Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)

Psicanalista especializado em gênero e sexualidade

Redes: @psi_matheuswada

Telefone: (16)99629-6663

Email: [email protected]

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