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Transtornos alimentares: o sofrimento ao comer

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28/08/2024 20h05 - Atualizado há 3 meses Publicado por: Redação
Transtornos alimentares: o sofrimento ao comer

Comer quando se tem uma emoção negativa é comum. Seja por uma chateação ou decepção as pessoas usam da alimentação para regular e validar suas emoções.

Contudo, é importante que se tenha certa consciência de como essa alimentação está acontecendo. Já que as emoções podem alterar a forma que se vê o mundo. Isso porque ajudam no processamento e interação com o ambiente.

Sabendo disso, é preciso falar sobre quando os sentimentos negativos, como a angústia, se tornam demais para alguém. Pois, os transtornos alimentares são quadros psicológicos nos quais a pessoa altera sua relação com os alimentos, peso e com a imagem corporal.

Dentre os transtornos alimentares mais comuns temos: anorexia e a bulimia. E essas apresentam pontos comuns em suas raízes.

Para a psicologia, em um transtorno alimentar, a forma com que se vê e sente o corpo se torna central, pois é a partir dessa que surgem as insatisfações. Isso acontece por existir uma diferença expressiva entre o corpo idealizado (que muitas vezes nunca será atingido) e o corpo real da pessoa.

É comum que a visão de si seja distorcida pelas fantasias e pela angústia. Já que, para se combater a angústia, se cria uma fantasia quase que onipotente de que a pessoa pode existir independente da alimentação.

Além do mais, é preciso ter atenção também aos fatores culturais, sociais e biológicos que influenciam nesse quadro. Quando se aborda a questão cultural, por exemplo, pode-se falar sobre padrões estéticos e de beleza, visto que nas últimas décadas pesquisas evidenciam como o culto ao corpo considerado “perfeito” vêm produzindo diversas obsessões, seja pela saúde real ou fantasiosa.

Como consequência, o corpo e autoimagem se tornaram objeto de investimento capital, seja com: tecnologias, procedimentos, cosméticos ou cirurgias. E, para justificá-los, criou-se um pavor patológico de se engordar. Mesmo que seja um ganho de peso saudável.

Por outro lado, as questões social e biológica, de acordo com estudos em saúde, também apresentam relação. Pois, ficou evidenciado que pessoas com maior tendência a obesidade costumam fazer mais dietas e sofrerem mais com a busca por um corpo ideal. Somando-se o fato de serem alvos de difamações e “brincadeiras” devido a sua imagem corporal diferente do padrão.

Assim, é comum que alguém com um transtorno alimentar: tenha a visão distorcida do tamanho do seu próprio corpo, evite situações em que esse corpo é visto ou exposto, evite se alimentar na frente de outros, passe por longos períodos de não comer, controle excessivamente a ingestão calórica e apresente perda de peso expressiva.

Como resultado, o indivíduo em busca de um corpo perfeito e idealizado chega até a subnutrição e morte por escolha própria. Passando por um suicídio lento e que é assistido por todos ao seu redor enquanto ele se definha. Devido a tudo isso, os transtornos alimentares são considerados quadros de sofrimento graves que podem ocorrer junto a outros transtornos e tem alta taxa de mortalidade.

Nestes casos, é indicado o acompanhamento com profissionais da saúde, como psicólogos, psiquiatras e nutricionistas. No caso da psicoterapia, é possível abordar e tratar das questões base que levam ao transtorno, além de ajudar o paciente a estabelecer objetivos e visões reais para o seu corpo e alimentação.

 

Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)

Psicanalista especializado em gênero e sexualidade

Redes: @psi_matheuswada

Telefone: (16)99629-6663

Email: [email protected]

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