Violência doméstica: em briga de marido e mulher, é preciso colocar a colher sim!
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Matheus Wada Santos
Ainda no tema do “Agosto lilás” e importante se discutir sobre a questão da violência doméstica, que é aquela que ocorre quando há abuso ou comportamentos violentos contra o outro num contexto doméstico, como casamentos ou uniões.
Segundo pesquisas recentes realizadas pelos tribunais de justiça dos Estados, a maior parcela das vítimas é de mulheres, mas pode ocorrer também contra idosos e adolescentes. E o perfil das mulheres mais atingidas é daquelas: com baixa escolaridade e remuneração, com filhos, sem moradia regular e de pele negra, independentemente da idade. Ademais, a violência doméstica pode ser categorizada em: física, sexual, psicológica ou econômica.
De acordo com estudos publicados pela Unesp (2023), há uma questão social que também perpetua esse tipo de violência: a propagação midiática (seja por filmes, novelas ou músicas), de que a mulher é a cuidadora do lar.
Então toda desarmonia ali ocorrida seria de culpa dela. Desse modo, é comum que as vítimas sejam desapropriadas de uma rede de apoio em seu momento necessidade e vulnerabilidade.
Levando isto em consideração, sabe-se que a saúde mental de uma vítima de violência doméstica é comprometida. Resultando em: baixa autoestima, ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático, síndrome do pânico, problemas de sono, distúrbios alimentares, fobias, vícios em substancias e ideações suicidas.
Além disso, essas pessoas estão sujeitas a outros fatores de risco que podem incorrer em sofrimento psicológico, como a possibilidade de contração de IST’s (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e a maior probabilidade de sofrer abortos.
Como resultado, é comum que apresentem: agressividade, isolamento, desconfiança, comprometimento no desenvolvimento, baixa de autoestima, problemas com imagem corporal, dificuldades de aprendizado, perda de relações com amigos ou familiares e evitação de locais públicos.
Assim sendo, é indispensável a conscientização e identificação sobre esse tipo de violência e o acolhimento as vítimas. Pois, dessa forma, podem se fortalecer para procurar ajuda e terminar essas relações.
O acolhimento e diagnóstico da situação também permite uma abordagem mais fácil pelo profissional de saúde, que poderá encaminhar aos tratamentos adequados. Entre eles, o psicológico.
O psicólogo, nestes casos, pode: acolher livre de qualquer julgamento; informar sobre formas de denúncia e acolhimento por outros profissionais; encaminhar para esses; ajudar no fortalecimento psicológico para que a pessoa possa romper esse relacionamento; e tratar dos sofrimentos e traumas psicológicos causados pela violência doméstica.
Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)
Psicanalista especializado em gênero e sexualidade
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