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Delegacia busca desaparecidos e conforta famílias em SP

02/04/2013 21h29 - Atualizado há 12 anos Publicado por: Redação
Delegacia busca desaparecidos e conforta famílias em SP

Quando alguém querido desaparece, nos sentimos impotentes por não ter como ajudar essa pessoa. Essa angústia é amenizada quando sabemos que tudo está sendo feito para achá-la. Para aliviar essa dor e encontrar o desaparecido, a população pode contar com a 4ª Delegacia de Pessoas Desaparecidas, do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

 

Com olhar sereno e rosto simpático, a delegada Maria Helena do Nascimento, auxiliada pelo delegado Alfredo Jang, comanda a equipe de investigadores, escrivães, agentes policiais e de telecomunicações. Juntos, os policiais civis investigam desaparecimentos de crianças, adolescentes e adultos, além de oferecer um apoio psicológico para as famílias das vítimas.

“Já vi casos de mães que voltaram para agradecer, tanto por termos ajudado a encontrar o filho, quanto por simplesmente termos conversado e as acalmado. É gratificante você saber que seu trabalho trouxe paz a uma família”, conta Maria Helena.

 

Crianças…

Uma das principais atividades é a busca por crianças e adolescentes desaparecidos. A delegada conta que, muitas vezes, os próprios jovens saem de casa e não dizem onde estão.

Por isso, a conversa é fundamental para evitar algumas situações críticas para as crianças e angustiantes para os pais. Sempre informar aos responsáveis com quem e aonde vai, pode parecer chato para os menores, mas é uma forma de aumentar a própria segurança.

“Há algumas semanas atendi um pai desesperado, que estava atrás de sua filha de 10 anos, porque não a encontrou na saída da escola. Imediatamente, ele veio fazer um registro da ocorrência e conversamos para acalmá-lo. Pouco depois de meia hora, descobrimos que a menina não tinha ido estudar, mas sim saído com uma amiga”, conta Maria Helena.

Muitas vezes, as crianças se perdem dos pais ou responsáveis e não sabem como agir. Por isso, é sempre bom seguir algumas dicas, como nunca desviar a atenção em locais abertos e de grande movimento, orientar a criança a procurar um profissional da segurança (policiais, vigias ou seguranças).

Tire o RG de seu filho assim que ele completar dois anos, para que as autoridades tenham o registro e informações nos bancos de dados, o que ajudará numa eventual necessidade de localização ou identificação. E faça-os andar sempre com o documento.

Essas, e diversas outras dicas, você pode encontrar na página do programa São Paulo em Busca das Crianças e Adolescentes Desaparecidos (http://www.policiacivil.sp.gov.br/programa/). No site também há um cartão para ser deixado com seu filho, com espaço para nomes e contatos e os principais telefones de emergência.

 

… E adolescentes

Para a delegada, ocorrências com adolescentes são mais complexas, pois em diversos casos o desaparecimento é voluntário. Proibições, pressão da família e rebeldia são alguns dos principais motivos que levam o jovem a sair sem avisar e até mesmo a fugir de casa.

“Recentemente investiguei o caso de duas gêmeas, de 15 anos, que desapareceram três vezes no mesmo mês. Isso me chamou a atenção. Quando elas reapareceram, descobri que as irmãs saíam para dançar em festas noturnas. As jovens fugiam porque a mãe não as deixava sair à noite. Tive uma longa conversa e expliquei sobre o desespero que elas causavam na mãe e como isso era ruim para todos”, disse Maria Helena.

Um ambiente familiar que educa sem violência e que respeita as mudanças emocionais nas diferentes etapas da vida dos filhos é a melhor das prevenções.

Não apenas as festas, bailes e baladas podem gerar situações de perigo. Mesmo com a permissão dos pais e em lugares de confiança, os próprios jovens devem se manter atentos.

“Um conhecido ou mesmo uma pessoa qualquer pode colocar algo na bebida do adolescente sem que ele perceba. Isso é, infelizmente, comum. A pessoa só vai perceber o que aconteceu no dia seguinte e, nesse tempo, ela pode ter sido vítima de roubo ou até mesmo de abuso sexual”, informa a titular.

 

Parcerias

Para otimizar o trabalho da delegacia e também fazer um acompanhamento pós-atendimento, a Secretaria da Segurança Pública e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) criaram, em 2004, o Projeto Caminho de Volta.

O projeto atua em três áreas, todas voltadas a ajudar famílias de crianças e adolescentes desaparecidos.

Na área de tecnologia, o Caminho de Volta possui um banco de dados e DNA de familiares de jovens desaparecidos. Esse material é cruzado com o de pessoas encontradas, em casos onde o reconhecimento visual não seja possível. Mesmo depois de décadas, a análise pode confirmar se há vínculo de parentesco.

Psicólogos em formação da própria universidade atendem as famílias para amenizar a dor de parentes e descobrir a causa do desaparecimento. “Algumas crianças fogem de casa por diversos motivos. Na maior parte dos casos a própria estrutura familiar é precária e isso faz com que o jovem se revolte e resolva fugir”, explica Maria Helena.

O projeto ainda atua na formação de profissionais especializados no atendimento de casos dessa natureza no âmbito da psicologia. Essa capacitação é realizada na própria USP e conta com o apoio dos Departamentos de Polícia Judiciária do Interior (Deinters).

 

Espera e retorno

Um dos maiores erros cometidos, segundo a delegada, é esperar 24 horas para registrar uma ocorrência. Esse mito, propagado por filmes e séries, pode dificultar ainda mais as buscas.

“O certo, para qualquer caso, é buscar uma delegacia imediatamente. Se a pessoa não está em nenhum lugar em que costuma ir, não atende telefone e não compareceu a algum compromisso, então o boletim deve ser registrado”, esclarece Maria Helena.

O retorno à delegacia também é fundamental. Há casos de pessoas que registram a ocorrência do desaparecimento de um familiar, mas esquecem de avisar quando ele retorna por vontade própria. “Para a Polícia Civil, a pessoa continua desaparecida, por isso sempre deve informar se foi encontrada ou ainda se surgir uma pista que nos auxilie na investigação”, explica a delegada.

Para registrar o boletim de ocorrência de desaparecimento ou de encontro de pessoa, o cidadão pode ir à delegacia mais próxima, ou fazê-lo pela internet através da página da Delegacia Eletrônica (www.ssp.sp.gov.br/bo) ou entrar em contato com a Delegacia de Pessoas Desaparecidas do DHPP, na Rua Brigadeiro Tobias, 527, 3º andar, Bairro da Luz, em São Paulo, ou nos telefones (11) 3311-3547 / 3311-3548 / 3311-3983.

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