CPI da Saúde vai ouvir Palermo sobre vacinação em São Carlos
Primeira oitiva da comissão de inquérito será realizada na sexta-feira, 21, em reunião aberta virtualmente à população
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, aberta pela Câmara de Vereadores de São Carlos (SP), marcou para a próxima sexta-feira, 21, a primeira oitiva na qual convocará o secretário municipal de Saúde, Marcos Palermo, para esclarecer os gastos efetuados pela Prefeitura no combate ao novo coronavírus.
Na manhã desta segunda-feira, 17, houve a segunda reunião da comissão composta pelos vereadores Marquinho Amaral (PSDB), presidente, Elton Carvalho (Republicanos), relator, e ainda Azuaite Martins de França (Cidadania), Bruno Zancheta (PL) e Dé Alvim (Solidariedade).
De acordo com Amaral, a Prefeitura enviou na sexta-feira o restante da documentação solicitada pela CPI. Nesta terça-feira, 18, as cópias dos documentos serão distribuídas aos membros da Comissão para que possam servir de base para a oitiva.
A reunião será aberta ao público para acompanhar pela TV Câmara e pelo Youtube, todavia, não poderá ter a presença da população no Plenário, diante das restrições de distanciamento e aglomeração impostas pela Vigilância Sanitária do município.
Amaral afirmou que os vereadores irão questionar os investimentos feitos no Ginásio Milton Olaio Filho, que abriga o Centro de Atendimento e Triagem de Síndrome Gripal, que substituiu o projeto de montar um Hospital de Campanha.
Outro ponto elencado pelo vereador será o questionamento sobre o número de testes aplicados na população para identificar as pessoas que foram contaminadas pela Covid-19.
A CPI da Saúde foi motivada, em fevereiro, após a informação que pessoas que estavam fora do grupo preferencial haviam sido vacinadas na cidade. “Queremos entender qual o fator de risco de cada um dos imunizados que justifique a prioridade da ordem de aplicação”.
Amaral afirmou que parte desses documentos, que totalizaram mais de 3 mil folhas, já foi analisada e o restante será verificado durante esta semana.
Os documentos fornecidos pela Prefeitura trouxeram a relação de todas as doses de vacinas contra o Covid-19 recebidas dos governos Federal e Estadual, desde 21 de janeiro. “É importante para a comissão saber a relação de todas as doses aplicadas, perdidas ou descartadas das vacinas. Iremos analisar os documentos da vacinação e ainda os descartes, as perdas, extravios, bem como os locais que não aproveitaram as doses”, afirmou Amaral.
Em um segundo momento, a CPI pretende analisar os gastos da verba do governo federal e estadual desde 2017 aplicados pela Secretaria Municipal de Saúde. Incluem-se nesta análise os R$ 28 milhões destinados em setembro de 2020 à cidade para combater a pandemia do novo coronavírus e fazer os ajustes financeiros do município.
“Nosso papel é tirar a limpo sobre como foi feita a imunização até o momento e daqui pra frente recebermos diariamente relatório de vacinação para cruzar os dados e principalmente, informar à população sobre todo o movimento de imunização”, afirmou Azuaite.
OUTRO LADO – O secretário municipal de Saúde, Marcos Palermo, afirmou ver com “bons olhos” a CPI da Saúde. “A Comissão mostra a importância do Poder Legislativo na fiscalização de verbas públicas. Nós respeitamos os vereadores sempre parceiros da Saúde”, afirmou.
COMO FUNCIONA A CPI – A CPI da Saúde contou com a assinatura de 14 vereadores dos 21 que compõem a Câmara. Pelo Regimento Interno da Casa Legislativa, são necessárias sete assinaturas para que se abra uma Comissão Parlamentar de Investigação. Este é um instrumento das bancadas minoritárias que conseguem fazer uma inquirição sem a necessidade de ter um quórum de vereadores qualificado que é de dois terços da Casa.