Associação acusa vereador de perseguição
A secretária da diretoria da EAPA (Associação de Apoio às Pessoas Vivendo com HIV AIDS), Elizabete Duarte, em nome do presidente da entidade, Benedito Martins e toda a diretoria da associação, denunciou ontem, na tribuna livre da Câmara Municipal que existe um vereador perseguindo a entidade e criando dificuldades para a liberação de R$ 60 mil de recursos da Prefeitura Municipal, através de subvenção para manutenção do atendimento na instituição.
De acordo com a denunciante os problemas começaram quando houve a demissão de uma funcionária da EAPA que teria roubado dinheiro da entidade. “Ela foi demitida por justa causa e este vereador exigiu que ela fosse recontratada. Caso contrário prometeu retaliar a entidade e não haveria mais aprovação de nada para a entidade. Somos voluntários na entidade e mesmo assim recebemos represálias. Estamos sendo ameaçados e não sabemos o porquê. Ele (o vereador) nos ameaçou. Acreditem se quiserem. Esta verba de R$ 60 mil que foi aprovada nesta Casa já deveria estar na entidade. Mas, a cada dia, há uma desculpa nova para que os recursos não cheguem à entidade. Agora falam de dívidas com o INSS, que são de gestões anteriores e que já estão parceladas. Estamos com 3 meses de salários atrasados”, destacou a secretária da EAPA.
Os vereadores Robertinho Mori Roda (PV), Equimarcílias de Souza Freire (PMDB) e Lineu Navarro (PT) insistiram que Elizabete falasse o nome do parlamentar, mas ela se negou a declinar quem era o vereador.
A EAPA é uma casa de apoio que auxilia no tratamento de pessoas portadoras do vírus HIV, e que manifestam a AIDS, de ambos os sexos; até seu fortalecimento e reintegração social. Elizabete ressalta que a entidade vive extremas dificuldades. Ela relata que por tratar-se de uma doença contagiosa, os EPIs (equipamentos de proteção individual), como luvas, óculos, toucas e máscaras, são todos descartáveis, aumentando os custos.
Ela afirma que apesar de receber medicação para tratamento dos pacientes do Programa DST AIDS, existem várias outras doenças oportunistas que também necessitam de farto medicamento que não é doado e que tem que ser comprado pela própria entidade na rede farmacêutica comercial. “Não encontramos estes medicamentos nos postos médicos. Dificilmente conseguimos medicamentos deste tipo”. As doações, segundo ela, são insuficientes.
Segundo a secretária da EAPA, a maioria dos pacientes em estado muito debilitado e necessitando de profissionais altamente qualificados, como auxiliares e técnicos de enfermagem e enfermeira padrão. Elizabete também revelou que recebe fiscalização constante do Coren (Conselho Regional de Enfermagem).