Especialista prevê dificuldades para Lula em 2026
Analista vê possibilidade de agravamento da crise econômica
Na opinião do jornalista e analista político, Henrique Affonso André, a eleição de 2026 pode ocorrer em um cenário bastante difícil para o atual governo federal, comandado por Lula (PT). Ele diz que o cenário está indefinido, mas prevê dificuldades para o governo atual, com o possível agravamento da crise econômica, caso a política atual não se altere.
“A crise econômica se agravará profundamente neste ano caso o governo não reformule completamente sua política, o que é muito improvável com uma figura como Fernando Haddad em seu comando, assim como susbstituí-lo por alguém que tenha pelo menos noções rudimentares de economia para nos desviar desse buraco. Lula parece que já percebeu que seu governo é um grande fim de feira e que não há nenhum nome da esquerda para substituí-lo, por isso acho que ainda vão tentar mantê-lo. Há sempre outros fatores que podem desequilibrar, como a atuação do Judiciário e da grande imprensa”, destaca Henrique.
Quanto a possibilidade de tanto Lula como o ex-presidente Jair Bolsonaro ficarem de fora das eleições de 2026, Henrique prega cautela, mas acredita que a esquerda perderia mais. “Nada se garante no Brasil, nem mesmo condenações. A inelegibilidade do Bolsonaro pode ser revertida como foi a de Lula, mas mesmo que não for, creio que seu apoio é mais “transferível”. Já Lula é o único líder nacional da esquerda no Brasil, e o voto nele não é ideológico. É muito mais difícil transferir votos nestas condições. E seu ministério é precário o suficiente para não viabilizar ninguém”.
Além disso, Henrique vê o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com amplo favoritismo para vencer a reeleição, mesmo que o atual vice-presidente e ex-governador Geraldo Alckmin dispute o Palácio dos Bandeirantes novamente. “Não vejo nada que possa tirar a reeleição do Tarcísio a não ser ele se candidatar a presidente. O Alckmin não tem mais força eleitoral, seu posto atual se dá por outras questões, como apoios e negociações”.
Por fim, Henrique ainda vê com cautela a possibilidade de São Carlos eleger um deputado em 2026. “Poder sempre pode. Vejo que os mais identificados ideologicamente podem ter alguma vantagem, como o Mario Casale e o Djalma Nery. Já me disseram que o Newton também se candidataria, teria alguma chance para estadual. Também já apurei que o prefeito eleito tentaria articular um nome único de seu campo, o que é difícil mas não improvável. Talvez o segundo turno de 2028 possa favorecer menos candidaturas a deputado e uma possibilidade maior de eleição, mas são apenas conjecturas, não dá para prever”.