Melo deixa PSD e descarta candidatura
Apoio do partido ao candidato do petista no próximo ano desagradou ex-prefeito, que prega união da oposição ao partido de Lula

O ex-prefeito Dagnone de Melo confirmou em entrevista ao PRIMEIRA PÁGINA, que deixou o PSD, partido ao qual estava filiado desde 2012. Ele afirma que tomou esta decisão por discordar dos planos da sigla para as eleições do próximo ano em São Carlos.
“O PSD estadual está exigindo o apoio do diretório municipal ao candidato a prefeito pelo PT. Eu, não só não aceito apoiar o prefeiturável do PT, como também vou cerrar fileiras na oposição a este partido na sucessão municipal. Então, comuniquei diretamente ao presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, que estaria, juntamente com meu grupo político, deixando o PSD. Depois disso tive o convite de seis partidos, mas ainda não defini em qual vou me filiar”, ressalta ele.
Em 2018 a filha de Melo, Marina Melo chegou a ser candidata a deputada estadual pelo PSD e em 2020 ela concorreu ao cargo de prefeita pelo mesmo partido. Nas últimas eleições o partido conseguiu eleger o vereador Bira.
FORA DA DISPUTA
O ex-prefeito também negou que vá disputar o comando da Prefeitura de São Carlos no próximo ano. “Apesar de muitas lideranças políticas entenderem que eu seria o nome ideal para concorrer no próximo ano ao cargo de prefeito eu estou fora desta disputa”, garante Melo.
Com relação à disputa, Melo destaca que caso o candidato do PT seja o ex-prefeito Newton Lima – que governou São Carlos entre 2001 a 2008 -, os opositores do ex-reitor da UFSCar terão que promover uma grande união para tentar derrotá-lo. “Teremos que buscar a formação de um novo Balaio de Gatos”, disse ele se referindo à uma união inédita de velhos rivais, que incluiu em 1996 ele, Airton Garcia, a Família Amaral , o grupo do ex-deputado estadual Vicente Botta e vereadores como Lucas Perroni Jr, entre outros.
Quanto à disputa em si, ele afirma que é muito cedo para se prever qualquer coisa. “Estamos muito longe da campanha eleitoral e muita coisa pode acontecer até lá. Por exemplo: o PT comanda hoje o Brasil. Um bom governo do presidente Lula ajudaria, em 2024, o candidato local do PT. Já um mau governo poderia prejudicá-lo”, ressalta.
Melo disse que eleição é algo totalmente imprevisível. “Eu já perdi eleições que estavam perdidas e já ganhei eleições que todos julgavam perdidas. Aprendi que todo cuidado é pouco e que o ‘já ganhou’ é o que existe de mais próximo do ‘já perdeu’. Desta forma, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”, conclui ele.