Tarcísio busca corte de gastos
Governador faz crítica ao governo federal

Letícia Naome e Giordanna Neves/AE
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse na sexta-feira, 28, que tem buscado “fazer o dever de casa” na gestão do governo de São Paulo, no que tange a agenda de corte de gastos e enxugamento da máquina pública, em contraste ao que tem sido visto no Brasil.
O governador avaliou ainda que há uma “antecipação de campanha” e que o governo federal, ao tomar suas decisões, se baseia em pesquisas eleitorais. As declarações foram feitas durante o “Painel São Paulo e Ambiente de Investimentos” na abertura do evento Arko Conference 2025 promovido pela Galápagos Capital, em São Paulo.
BOLSONARO
Tarcísio de Freitas disse que será dada muita atenção ao caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em detrimento de outros assuntos importantes. “Eu vou pegar o próprio julgamento do (ex-) presidente (Jair Bolsonaro), a cobertura que isso vai ter, as redações todas se preparando para isso, e vai ser um assunto que vai ser discutido durante meses”, afirmou Tarcísio, dizendo que pautas mais relevantes como envelhecimento da população e reformas administrativa e do sistema político não vão ser discutidas, assim como o País vai deixar “o bonde da inteligência artificial” passar. O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou réus o ex-presidente e outras sete pessoas por crime de golpe de Estado.
“Se a gente ficar imerso nesse tipo de discussão e aí, quer dizer, um evento acaba pautando o País durante anos e a pergunta é: o que a gente vai ganhar com isso?”, criticou o chefe do Executivo paulista. “Nós já vimos esse filme lá atrás, nós já perdemos outras oportunidades por motivos semelhantes e a gente vai continuar perdendo oportunidade”, acrescentou.
CENÁRIO POLÍTICO
Sobre o atual cenário político, segundo Tarcísio, é preciso pacificação e equilibrar os “pratos do poder”, em referência ao Legislativo, ao Executivo e ao Judiciário. “Hoje os pratos estão desequilibrados, se transferiu muito poder para o Congresso sem transferir responsabilidade, o orçamento foi todo para lá, os ministérios não têm condição de fazer política”, afirmou.