USP promove diplomação honorífica de Lauriberto Reyes
Cerimônia será realizada nesta sexta-feira em São Paulo

A Escola Politécnica da USP promove hoje às 17h, no campus do Butantã, na capital paulista, a diplomação honorífica de estudantes mortos pela ditadura militar, entre eles o são-carlense Lauriberto José Reyes, morto por agentes do DOI-CODI numa emboscada em 1972, em São Paulo, O evento busca reparar as injustiças e honrar a memória dos ex-alunos Além da cerimônia de entrega dos diplomas aos familiares dos estudantes, será realizada uma exposição e uma roda de conversa antes do evento, a partir das 15h.
Além de Lauri, serão relembradas as trajetórias dos estudantes politécnicos Luiz Fogaça Balboni, Manoel José Nunes Mendes de Abreu e Olavo Hanssen.
LAURIBERTO JOSÉ REYES
Nascimento 2 de março de 1945 | São Carlos, São Paulo
Morte 27 de fevereiro de 1972 | São Paulo, São Paulo
Filiação José Reyes Daza Júnior e Rosa Castrahlo Reyes
Lauri, como era conhecido entre familiares e colegas, manifestou a sua indignação frente às injustiças sociais por meio de artigos publicados no jornal da instituição onde estudou na adolescência, O Diocesano. Em 1965, ingressou na Poli, depois morou no Conjunto Residencial da USP (Crusp), onde se tornou diretor cultural, abordando questões culturais e participando de debates sobre a militância política, o Tropicalismo e a criação artística. Também participou ativamente de movimentos políticos e estudantis. Integrou o Movimento de Libertação Popular (Molipo) e fez parte da direção executiva da União Nacional dos Estudantes (UNE) em 1968. Foi morto pela ditadura militar em 1972, próximo de completar 27 anos de idade.
LUIZ FOGAÇA BALBONI
Nascimento 25 de maio de 1945 | Itapetininga, São Paulo
Morte 25 de setembro de 1969 | São Paulo, São Paulo
Filiação Luiz Balboni e Francisca Aurea Fogaça Balboni
Conhecido como Zizo por seus familiares, trabalhou como professor e desenhista e mudou-se para a capital paulista para estudar na Poli, onde cursou até o terceiro ano de Engenharia de Minas. Em 1968, iniciou a sua militância política pela Aliança Libertadora Nacional (ALN), onde lutou pela redemocratização do País e pelos direitos estudantis. Assassinado pelos militares aos apenas 24 anos de idade, a família de Luiz criou o “Parque do Zizo” para homenagear o seu filho. Atualmente, o local é um refúgio para pesquisadores e deverá ser destinado ao ecoturismo.
MANOEL JOSÉ NUNES MENDES DE ABREU
Nascimento 1º de janeiro de 1949 | Rossio do Sul, Portugal
Morte 23 de setembro de 1971 | São Paulo, São Paulo
Filiação José Pereira de Abreu e Dulce Souza Mendes de Abreu
Imigrante português, chegou ao Brasil ainda quando criança com a família que fugia do autoritarismo da ditadura de Salazar. Ingressou na Poli no curso de Engenharia Química. Sua jornada como militante teve início como universitário e fazendo parte da Aliança Libertadora Nacional (ALN), quando se engajou na luta contra as injustiças que o País enfrentava na época. Em setembro de 1971, Manoel, com apenas 21 anos, junto de outros três colegas, foi capturado e foi morto pelos agentes da ditadura.
OLAVO HANSSEN
Nascimento 14 de dezembro de 1937 | São Paulo, São Paulo
Morte 9 de maio de 1970 | São Paulo, São Paulo
Filiação Harald Hanssen e Borborema Hanssen
Também conhecido como Totó, começou a trabalhar ainda quando criança para auxiliar sua família. Em 1960, foi aprovado na Poli, onde iniciou o curso de Engenharia de Minas. No ano seguinte, ingressou no Grêmio Politécnico, entidade em que iniciou uma trajetória de luta política e quando entrou em contato com o Partido Operário Revolucionário Trotskista (Port), organização à qual se filiou e deu prosseguimento à sua militância. Em 1970, foi preso e se tornou mais uma vítima do regime aos 32 anos. Sua história de vida e luta pela redemocratização estão contadas sua biografia Olavo Hanssen: uma vida em desafio.