Sambas-Enredo

Roda de Samba conta história

FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL

AGÊNCIA BRASIL

“O samba enredo é condição primordial para o desfile das escolas de samba. Quem fornece combustível para a bateria é o samba.” Os compositores dos sambas “melhoram os enredos” do desfile de carnaval das escolas de samba.

As opiniões são do sociólogo Edson Farias, professor e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), autor dos livros “O Desfile e a Cidade: o carnaval-espetáculo carioca” e “Ócio e Negócio: festas populares e entretenimento-turismo no Brasil”, entre outras publicações sobre memória social e cultura brasileira.

“Quem fornece combustível para a bateria é o samba”, afirma o professor e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Foto – Arquivo Pessoal Edson Farias

O acadêmico e intelectual foi o entrevistado do programa Roda de Samba do último domingo, na Rádio Nacional. O programa destacou a importância de nomes como Martinho da Vila (Vila Isabel) e Zuzuca (Salgueiro) para as transformações que o samba-enredo ou samba de enredo na virada dos anos 1960 para a década seguinte.

NOVOS TEMAS

Em sua avaliação, “os esquemas de pensar o samba-enredo vão se alterando nos anos 1970”, quando emergem novas formas de compor o samba de carnaval para enredos com conteúdo diferente da temática nacionalista existente desde a era de Getúlio Vargas.

Conforme Edson Farias, a adesão ao nacionalismo não foi mera imposição do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) no Estado Novo, mas uma atitude “negociada” pelos sambistas a partir dos anos 1940.

Trinta anos depois, os sambistas também foram protagonistas das transformações do desfile em espetáculo, que passa a ser televisionado. “A escola de samba e a televisão se encontraram em um momento crucial para ambas”, anota o pesquisador. Segundo ele, “a exuberância [das alegorias e da evolução dos passistas] atendia a televisão”, e as transmissões pela TV ajudaram o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro a se afirmarem como “principal produto turístico” da capital fluminense.

O Roda de Samba sempre é veiculado aos domingos em rede nas oito emissoras da Rádio Nacional e posteriormente é distribuído na Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP). O programa é produzido em parceria pela Agência Brasil e pela Rádio Nacional, e traz semanalmente entrevista com cantores, compositores, escritores, cineastas e intelectuais sobre o universo e o imaginário do samba.

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