Semana decisiva para greve dos Correios
A semana será decisiva para a greve dos trabalhadores dos Correios, que entra em seu 27º dia em todo o país nesta segunda-feira (10), embora 40% das agências devam oferecer atendimento, de acordo com determinação da Justiça da última sexta-feira (7).
Sem acordo com a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), a categoria aguarda o julgamento do TST (Tribunal Superior do Trabalho), que vai analisar a legalidade da paralisação e as reivindicações dos funcionários. A audiência está marcada às 16h desta terça-feira (11), em Brasília.
O ministro Maurício Delgado, apontado como relator do processo, afirmou que, independentemente do resultado da reunião de conciliação, a greve acaba após o julgamento.
Entenda o caso – Durante a última semana, patrões e trabalhadores reuniram-se e chegaram a fechar um acordo, mas a proposta acabou sendo rejeitada pela categoria em 16 Estados, além do Distrito Federal. O maior entrave é a reposição ou desconto dos dias parados, conforme exige a empresa.
Com a manutenção da paralisação, mesmo após duas reuniões no TST, ficou decidido que os trabalhadores dos Correios terão que manter pelo menos 40% dos funcionários das agências trabalhando.
Se a decisão não for cumprida, a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares), que representa os grevistas, poderá pagar uma multa diária de R$ 50 mil.
A ECT comunicou que, na última sexta, ao menos 8 em cada 10 funcionários estavam trabalhando nas agências em todo o país, que continuam abertas apesar da greve da categoria.
O vice-presidente de gestão de pessoal da ECT, Larry de Almeida, esclarece que cerca de 80% do efetivo está trabalhando.
– Há cerca de 160 mil correspondências em estoque, mas não há correspondência parada. Nós estamos dando seguimento às operações, mas há atraso.
Reivindicações – Os empregados da ECT exigem reajuste salarial (aumento de R$ 200 nos salários mais reposição da inflação de 7,16% e elevação do piso salarial de R$ 807 para R$ 1.635), além de melhores condições de trabalho.
O TST ofereceu R$ 60 a partir de 1º de janeiro de 2012 e R$ 800 de abono. Além disso, os seis primeiros dias parados seriam descontados na folha de pagamento dos servidores em 12 parcelas e os outros 18 dias de paralisação seriam compensados com horas extras nos fins de semana.
Fim da greve – A expectativa dos trabalhadores é que até a manhã desta terça (11) a paralisação chegue ao fim. Hoje, sindicatos de todo o país farão assembleias para decidir se aceitam ou não a última proposta feita pelo ministro presidente do TST.{jcomments on}