Vôlei mantém hegemonia no Pan
A equipe brasileira contou, mais uma vez, com o apoio da torcida mexicana, em que pese a derrota para a Argentina na disputa da medalha de bronze, na preliminar. Envolvido pelo clima favorável e explorando as falhas do adversário, o Brasil não deu chance para Cuba no primeiro set. Abriu logo vantagem no placar e, apesar da incrível potência do ponteiro Hernandez na saída de rede, comandou o marcador o tempo todo e fechou o primeiro set de forma tranquila: 25 a 11, em 18 minutos.
O segundo set foi mais equilibrado. Enquanto os cubanos melhoraram o bloqueio, os brasileiros apresentavam erros de ataque. O técnico brasileiro Rubinho fez seu primeiro pedido de tempo quando o placar estava 8 a 6 para Cuba. A catimba cubana também entrou em quadra, quando Hierrezuelo cravou uma bola de segunda e foi provocar a torcida brasileira. O levantador Bruninho deu o troco com uma “deixadinha”. Com uma sequencia de quatro saques de Thiago Alves, o Brasil empatou o set em 23 a 23 e o final ficou eletrizante. Mas Cuba fechou em 26 a 24 em 27 minutos.
Ninguém conseguia abrir vantagem significativa no terceiro set. Brasil e Cuba se revezavam nos pontos, com erros de saque de ambos os lados. O levantador Bruninho reclamou de um ponto não marcado pelo árbitro principal e foi advertido verbalmente. Rubinho colocou em quadra Wallace Martins para aumentar a estatura da equipe. No ataque do próprio Wallace, o Brasil fechou o terceiro set por 25 a 18, em 22 minutos.
O quarto set mostrou um Brasil determinado a fechar o jogo sem dar chances aos cubanos para levar a partida ao tie-break. Mesmo jovens, os jogadores brasileiros mostraram maturidade em quadra para não se deixar vencer pelo nervosismo. Gustavo Endres engatou uma sequência de três saques e levou o Brasil a 13 a 9. Em 21 minutos, o time fechou o quarto set por 25 a 19, ratificando a hegemonia do vôlei brasileiro nas Américas.
Feliz, após a conquista de mais um título, o levantador Bruno contou que já esperava um jogo equilibrado. “A gente sabia que seria difícil. Fizemos a melhor partida do campeonato, justamente na final. O time entrou focado e revivemos o Mundial do ano passado, quando também saímos com a vitória. Eu me senti muito bem nesse grupo. A gente sempre quis muito a medalha. Todo o sacrifício valeu a pena. É muito bom reviver a emoção de ouvir o hino nacional no pódio”, comentou Bruno, que fez questão de dividir a vitória não somente com os jogadores e a comissão técnica, mas com toda a torcida brasileira, que enviou várias mensagens de apoio pelas redes sociais.
Mesmo o experiente meio-de-rede Gustavo, já acostumado à conquista de títulos importantes, ficou empolgado com a trajetória brasileira em Guadalajara. “Esse gostinho de vitória é indescritível. Esse grupo nos dá um orgulho enorme. Essa garotada é de ouro. Tenho o maior orgulho de participar com eles dessa conquista. A gana que o pessoal tem de ganhar, de pular em cada bola… Isso tudo é maravilhoso. Todo mundo trabalhando junto em busca das vitórias”, disse.
Já o ponteiro Lipe, um dos novatos do grupo, destacou que esse foi o título mais importante que conquistou. “Esse é o melhor momento da minha carreira. É emocionante demais. A gente mereceu muito esse título. Agora é hora de comemorar”, declarou, lembrando que o time do Brasil não é formado de apenas seis jogadores, mas de 12.
Outro integrante da nova geração do vôlei brasileiro, o oposto Wallace de Souza era um dos mais felizes com a conquista do ouro em Guadalajara. “A ficha não caiu ainda. Nem esperava jogar o Pan e agora estamos aqui comemorando o título. Mas a gente mereceu. O trabalho foi bem feito. Tudo é resultado da força do conjunto. Para conseguirmos a vitória, precisámos de um bom passe, do bloqueio. Agradeço ao pessoal que me acolheu tão bem na seleção”, finalizou. (cob.org.br)