Nas últimas semanas, o aumento expressivo registrado nas buscas por atendimento em saúde mental por jovens, através dos CAPS, marcou as notícias. O G1 informa sobre um aumento significativo nos atendimentos: de 69,7% para 96% nas cidades de Valinhos-SP e Sumaré-SP (entre 2023 e 2024). Em Ribeirão Preto, de acordo com o Jornal da USP, os atendimentos quadruplicaram seu volume entre 2020-2024.
O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) é uma unidade de serviço de saúde multidisciplinar, voltada ao atendimento daqueles que têm transtornos mentais graves e persistentes, incluindo os resultantes do uso de álcool e drogas. Ele faz parte do SUS (Sistema Único de Saúde) e foi criado como alternativa às internações psiquiátricas, tendo objetivo de reinserção social.
A cidade de São Carlos-SP conta com o CAPS Mental (adulto), o CAPSi (infanto juvenil) e o CAPSAD (álcool e drogas). Cada um com seu atendimento de público e demandas específicas. O encaminhamento é geralmente feito através de uma UBS (Unidade Básica de Saúde) ou UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
Contudo, os CAPS também funcionam no modelo “porta aberta” (basta comparecer a unidade para receber atendimento). Porém a capacidade de atendimento pontual e continuado, de absorção de demanda e de acolhimento depende de fatores como estrutura, verba pública, agenda e profissionais disponíveis.
Dentre os maiores motivadores recentes da busca por saúde mental, estão: transtornos de ansiedade, depressivo e automutilação. Esses que foram agravados por fatores tal qual a Pandemia do Covid-19, isolamento social, luto, perdas, dificuldades econômicas e medo de doenças e morte.
Para além disso, há um tema emergente: a relação com uso crônico e irrestrito de telas. O que tem levado a vícios, problemas de sono, de atenção, dificuldade de interação, de manter relações reais, de lidar com diferenças, de espera e rejeição.
Também há os sinais mais “comuns” do adoecimento: irritação, excessos inexplicados de raiva, incapacidade de lidar com frustrações, tentativa exagerada de controle, isolamento, queda no rendimento escolar ou do trabalho ou falas de ideação suicida.
Por outro lado, o amplo acesso a informações de saúde mental tem impactos positivos. Por exemplo, do estigma diminuir e as pessoas identificarem melhor os sinais e sintomas de um transtorno. Assim, passa-se a entender mais sobre si e sobre quando se deve procurar por auxílio e suporte em saúde mental.
Neste sentido, ao se entender a necessidade da busca por atendimento psicológico de forma mais especializada, é importante ter um psicólogo de confiança. Para que seja possível o tratamento das questões de forma aprofundada, contextualizada, contínua e livre de preconceitos. Sempre mediante a demanda e rotina do paciente. Podendo assim, tratar os sinais e sintomas de adoecimento mental e seus transtornos resultantes da melhor forma.
Psicólogo Matheus Wada Santos (CRP 06/168009)
Psicanalista especializado em gênero e sexualidade
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