Marcos Escrivani
A são-carlense Giselli Fernanda Ivo Batista, de 18 anos, vive um momento de emoção e conquistas. Morando há quatro anos em Poços de Caldas (MG), a jovem sagrou-se campeã brasileira na categoria Mega Crew, durante o Brazil Hip Hop Dance Championship, realizado nos dias 25 e 26 de outubro, no Clube Portuários, em Santos (SP). O título, conquistado junto ao grupo The Power Music Dance, que tem como professores Régis Reis, Matheus Reis, Higor Reis, Felipe Reis e Breno Reis, garantiu à equipe a classificação para o Worlds Hip Hop International, que acontecerá entre 25 de julho e 1º de agosto de 2026, em Phoenix, nos Estados Unidos.
Estudante do terceiro ano da Escola Estadual Francisco Escobar, Giselli, ela, bem como todo o grupo, não estava inicialmente escalada para o campeonato. Posteriormente formaram o time que entrou na disputa da categoria Mega Crew. Com pouco mais de um mês de preparação intensa, os treinos ultrapassavam três horas diárias, exigindo dedicação total do grupo. Nesse período, Giselli sofreu uma lesão na perna, mas seguiu firme — cuidada de perto pela mãe, que é mastoterapeuta.
Apesar da pressão e da ansiedade natural, a união do grupo e a fé foram determinantes. “Eles sempre dedicam tempo para orar antes e depois de cada treino. Acreditam que a vitória veio pela intervenção divina”, relata a mãe, emocionada. O responsável pelo projeto também incentiva os jovens a seguirem valores de fé, disciplina e vida saudável, orientando-os sobre escolhas corretas.
Para viabilizar a ida ao campeonato nacional, a equipe promoveu um bingo e o evento “Dança em Ação”, com o apoio da comunidade local e de cidades vizinhas. As apresentações reuniram diversas escolas de dança e ajudaram a custear transporte, hospedagem e outras despesas. “A mobilização foi linda. Alunos, pais e professores se uniram em prol de um mesmo sonho”, destaca a mãe.
Giselli ainda tenta compreender o tamanho da conquista. “A ficha ainda não caiu. Foi tudo muito intenso. Subimos ao palco, demos o nosso melhor e, de repente, veio a medalha. Só consigo agradecer a Deus”, disse, emocionada.
Agora, o foco é o campeonato mundial. A família e o grupo já se mobilizam para realizar rifas e buscar patrocínios, com o objetivo de representar o Brasil nos Estados Unidos. “Acreditamos que tudo vai dar certo. É um novo desafio, mas já é uma vitória chegar até aqui”, afirma a mãe.
Mesmo vivendo em Minas Gerais, a saudade da terra natal permanece forte. Em São Carlos, estão sua madrinha Rosana Wada, a irmã Gabrielli, o cunhado Igor, a sobrinha Cecília e outros familiares muito queridos, como o irmão Guilherme, que é um dos seus maiores incentivadores e do ex-professor de Karatê e padrinho Adriano Wada. “Ela sente falta de todos, mas carrega São Carlos no coração. Foi aqui que tudo começou, e é essa força que a impulsiona”, completa a mãe Léia. A jovem dançarina são-carlense não esqueceu também Gustavo, que é o seu maior incentivador, e desde criança são muito unidos.
Com brilho nos olhos e o coração cheio de fé, Giselli segue dançando — por amor, por superação e por gratidão. “Nos dias felizes, ela dança. Nos dias tristes, também. A dança é a expressão da alma dela”, resume a mãe, orgulhosa da filha que transforma cada passo em inspiração.
