IPCA-15 cai 0,59% em maio, maior deflação desde o início do Plano Real
Queda no preço dos combustíveis pressionou IPCA-15 para baixo neste mês, por outro lado os alimentos ficaram mais caros
Influenciada pela queda nos preços dos combustíveis, a
prévia da inflação de maio registrou -0,59%, a deflação mais intensa desde o
início do Plano Real, em julho de 1994. A gasolina, com queda de 8,51%, foi o
item que apresentou o maior impacto individual negativo, contribuindo com -0,41
ponto percentual no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15),
divulgado ontem (26) pelo IBGE. É a segunda deflação seguida do IPCA-15, que
registrou -0,01% em abril.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,35% e, em 12 meses, a variação acumulada
foi de 1,96%, abaixo dos 2,92% registrados nos 12 meses imediatamente
anteriores. Em maio de 2019, a taxa foi de 0,35%.
Gasolina puxa queda
A retração de 8,54% dos combustíveis também foi influenciada pela queda nos
preços do etanol (-10,40%), do óleo diesel (-5,50%) e o gás veicular (-1,21%).
As passagens aéreas, que assim como os combustíveis fazem parte do grupo
Transportes (que tem o maior peso no consumo das famílias), tiveram queda de
27,08%, após subirem 14,83% em abril. Este grupo apresentou a maior deflação do
mês.
Alimentação ficou mais cara
No lado das altas, o destaque ficou mais uma vez com Alimentação e bebidas
(0,46%), embora tenha havido desaceleração em relação a abril (2,46%). A
principal influência no resultado desse grupo foram os alimentos para consumo
no domicílio, que passaram de 3,14% em abril para 0,60% em maio.
Dentre os alimentos que mais subiram estão: cebola foi o alimento com maior
alta (33,59%), seguida da batata inglesa (16,91%) e do feijão carioca (13,62%).
Já o preço da cenoura, que tinha subido 31,67% no último IPCA-15, caiu 6,41%.
As carnes (-1,33%) acentuaram a queda em relação ao mês anterior (-0,27%). A
alimentação fora do domicílio, que inclui os serviços de delivery (sem
considerar a taxa de entrega), também desacelerou de abril (0,94%) para maio
(0,13%), especialmente por conta do lanche (0,64%), cujos preços haviam subido
3,23% no mês anterior.
Metodologia
Os preços foram coletados no período de 15 de abril a 14 de maio de 2020 (referência)
e comparados com aqueles vigentes de 17 de março a 14 de abril de 2020 (base).
Em virtude da pandemia de Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a
coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser
coletados por outros meios, como pesquisas em sites de internet, por telefone
ou e-mail.