A importância das redes de apoio para a nossa saúde mental
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Na coluna de hoje, vamos conversar um pouco sobre o conceito das chamadas “redes de apoio”. E qual a sua importância para manter e melhorar a nossa saúde mental.
Para a psicologia, as redes de apoio envolvem as relações de pessoas com seus pares ou instituições, com o objetivo de proteção e promoção da saúde mental. Essas redes são mantidas por laços afetivos e dependem das percepções que temos do nosso mundo social, assim como das nossas disponibilidades internas e competências para agir nele.
Isso significa que uma rede de apoio pode ser constituída por familiares, parceiros, amigos, colegas de trabalho, vizinhos ou profissionais da saúde, por exemplo. Assim como por instituições como igrejas, escola, hospitais, UBS ou assistência social, desde que se esteja disponível internamente para isso.
Para Zygmunt Bauman, famoso filósofo e sociólogo polonês, em 2004, desde a década de 1920 a nossa sociedade tem sofrido transformações nas formas em que nos relacionamos: passamos a nos relacionar como consumimos, de forma automática, descartando rapidamente aquilo em que vemos pouco ou nenhum valor.
Para Bauman, isso resulta em relações efêmeras, descartáveis, em que há um desapego pelos laços e afetos. E, portanto, é uma época marcada pela dificuldade de manter relações de confiança, como as redes de apoio. E esse modelo de nos relacionar impacta diretamente na nossa saúde mental.
Então, como se criar e manter essas redes? De forma geral, é recomendado que: se busque por amizades em que exista uma identificação; confie nas relações para poder pedir ajuda; crie relações em que se mantenha contato; confie nos seus profissionais de saúde; e faça terapia, para poder trabalhar suas disponibilidades e competências.
Isso porque as redes de apoio também se fazem importante nos momentos de enfrentamento de psicopatias. Ou para o bem-estar de cuidadores, por exemplo. Em ambos os casos, impedem que o indivíduo enfrente esses momentos sozinho, aliviando seu sofrimento e promovendo resiliência.
Por fim, pesquisas mostram que quando os profissionais da saúde agem junto às redes de apoio há ganhos positivos no tratamento de pacientes. Ao contrário de tratamentos que seguem de forma puramente medicamentosa, nesse último caso o tratamento pode ser mais longo e os resultados podem ser contraproducentes.
Matheus Wada Santos
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