Cyberbullying, como lidar?
Todo conteúdo de informações e imagens aqui publicados, quanto as suas origens, são de responsabilidade do colunista
Na última semana foi introduzida a discussão sobre o cyberbullying. Uma violência que vem atingindo todas as idades. E agora será falado um pouco mais sobre seus desdobramentos e como abordar o assunto.
Quando se fala sobre cyberbullying, é comum que as vítimas desenvolvam quadros depressivos em decorrência deste. E há uma relação entre eles.
Por isso, é preciso pensar sobre a “tríade cognitiva” que há entre depressão e cyberbullying. Ou seja, as visões que um indivíduo depressivo e que sofre cyberbullying tem sobre si. No caso, elas são: visões negativas de si mesmo, do mundo e do futuro.
Nesses casos, vítimas podem vir a se tornar os novos agressores, sejam em contextos de bullying (e suas modalidades) ou não. Os sentimentos negativos os levam a comportamentos ambivalentes de revolta e autopreservação para aplacar as vivências negativas.
Por exemplo: se envolver em confrontos (agressões físicas e verbais) como demonstrações de força; buscar muletas emocionais no mundo das drogas; ou carregar algum tipo de arma (brancas ou de fogo) como forma de buscar segurança.
Isso porque, o cyberbullying tem consequências psicossociais, como sofrimento psíquico e isolamento social. Uma vez cortados os vínculos, a pessoa passa a sentir-se ainda mais vulnerável. Apesar disso, corriqueiramente as vítimas não buscam apoio na família ou amigos. O que agrava os quadros depressivos.
Isso acontece, pois, uma das características desse momento de sofrimento é a desconfiança das figuras de autoridade e apoio. As quais as vítimas entendem que falharam ao não impedir que as violências fossem perpetuadas.
Com tudo isso em mente, pode-se pensar em algumas formas de combater o cyberbullying e ajudar as pessoas que estão sofrendo essas violências: denunciar os agressores, mesmo que seja de forma online e anônima; conscientizar as pessoas sobre o assunto; fortalecer os vínculos de afeto com pessoas que estão em sofrimento; e oferecer ajuda e terapia para quem está passando por um momento de dificuldade.
Ademais, recentemente o problema vem sido combatido através da atualização de leis, com a conscientização da população e com a especialização dos profissionais da saúde mental. Dessa forma, se tornou rotineiro (por exemplo) em casos de cyberbullying que existam investigações policiais e judiciais para expor os agressores, além do acompanhamento terapêutico das vítimas. Tudo isso garante apoio e tratamento a quem precisa.
Matheus Wada Santos
CRP 06/168009
@psi_matheuswada
(16)99629-6663