ITIRAPINA: Grupo Afro leva aula dramatizada às escolas
O pesquisador Natanael dos Santos e seu grupo de teatro, trouxe à Itirapina, para todos os alunos da rede municipal de ensino uma aula dramatizada de história. A iniciativa foi da Secretaria Municipal de Educação que, através da secretária Neide Maria Prato, incluiu as atividades entre as diversas ações que envolveram durante todo ano, alunos e professores da rede municipal de ensino, em atendimento a lei 10.639/03 que instituiu ao currículo escolar o ensino da História e Cultura Afro-brasileiras e africanas nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, tornando-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
Nanatael, que já esteve em Itirapina, falando aos professores, fez espetáculos voltados ao público infantil, defendendo que não há preconceito racial e, sim, falta de informação, por isso reforça que é necessário ensinar aos alunos a história da África e sua cultura, pois somente assim, entendendo as raízes africanas é que será possível eliminar o preconceito da sociedade. O escritor e pesquisador Natanael e seu grupo, realizaram palestras interativas, e os alunos e professores participaram cantando, dançando e interagindo com o grupo.
Para o pesquisador, quando a história é conhecida, quando a cultura é revelada, é possível mudar uma opinião, pois muito do preconceito vem por desconhecimento. “Lá em casa mesmo dizem que meu cabelo é pixaim, mas ele é carapinha, da linguagem bando que significa crespo em português. O cabelo do negro é enrolado porque precisa proteger a cabeça do sol e do calor do continente, senão torra diante dos mais de 40 graus na sombra que faz na África. Assim como o nariz do negro tem esta formação nasal baixa para melhor oxigenação, por isso temos tantos negros vencedores de competições esportivas, porque o desempenho é melhor. Quanto à boca, chamada de beiçola, caçapa, é por haver maior gordura nos lábios, que os torna mais resistentes ao verão e ao inverno. Se os lábios fossem finos, sairiam muitas feridas, afetando até mesmo o céu da boca”, ensinou.
Natanael falou ainda sobre a cor da pele, que, segundo ele, tem função primordial, principalmente nos países de temperatura alta. “O preto reflete a luz do sol e não queima, por isso o negro, os africanos, têm a pele preta, ou seja, muita melanina”. Ao público também foi possibilitado conhecer um pouco da dança, e da música africana, com apresentações da dança do fogo, e outros ritmos que empolgaram as crianças e ao som de batuques e instrumentos africanos, participaram da palestra/aula dramatizada.