A primeira vítima
O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem que “é um fenômeno impressionante” a evolução nas pesquisas eleitorais de Marina Silva, candidata à Presidência pelo PSB.
De fato: há uma semana, Marina registrou 21% das intenções de voto em levantamento feito pelo Datafolha. Na terça-feira, o Ibope divulgou que a ex-senadora tem 29% da preferência e venceria a presidente Dilma Rousseff (PT) num segundo turno, por 45% a 36%. Ela também abriu 10 pontos sobre Aécio Neves, que até então se mantinha na segunda colocação nas intenções de voto.
Talvez um dos resultados da pesquisa MDA, divulgada ontem pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) possa explicar, em parte, o “fenômeno” Marina: o levantamento apontou que 78,2% dos entrevistados afirmaram acreditar que a comoção em torno da morte de Eduardo Campos, há duas semanas, poderá influenciar na decisão do voto.
Semana rica em eventos relacionados à eleição, na terça à noite também aconteceu o primeiro debate entre os presidenciáveis, promovido pela TV Bandeirantes. E um dos temas centrais do confronto, como não poderia deixar de ser, foi a situação econômica do País. Tema, aliás, que uniu Aécio e Marina contra Dilma.
Entraram no debate também temas como os escândalos da Petrobrás, o controle social da mídia, e os conselhos populares criados pelo governo Dilma.
Infelizmente, a forma dos argumentos usados pela maior parte dos candidatos, durante a maior parte do tempo do debate, segue os moldes das brigas de crianças ou adolescentes: “Você e seu governo é isso, fez aquilo, e é aquilo outro!”, diz um. Ao que o outro responde: “Não! Você e seus partidários é que fizeram isso, aquilo e…”. A crítica, quando verdadeira, raríssimas vezes é reconhecida pelo adversário; e, quando falsa, não é desmontada: é simplesmente respondida com uma outra crítica.
É uma guerra. E, como se costuma dizer, em uma guerra a primeira vítima é a verdade.
