“Bom para o Brasil”
Ontem, Antônio Palocci deu depoimento ao juiz Sérgio Moro, e disse: “Digo ao senhor: não sou alheio [ao fato] de que tudo que fiz na minha vida pública não deixei de cometer erros. Procurei aqui dizer sobre essa questão de caixa 2 e não me sinto em condições de falar o que todo mundo está falando, que nada existiu, que tudo foi aprovado nos tribunais. Não! Todo mundo sabe que teve caixa 2 em todas as campanhas. Então não vou mentir”.
Depois, Palocci, um dos principais lideres petistas, negou diversas acusações, encontros e operações que lhe foram atribuídas por outros delatores.
No entanto, e isso é muito interessante, ele ainda afirmou: “O dia que o senhor quiser, se o senhor tiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o senhor determinar, eu imediatamente, apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser, certamente, do interesse da Lava Jato, que realiza uma investigação de importância”.
Segundo Palocci, ele não apresentou ainda “esses fatos” em razão da “sensibilidade” dos nomes envolvidos. Disse ainda que essas informações, acredita, podem dar ao juiz o caminho que talvez lhe dê mais um ano de trabalho: “Mas é um trabalha que faz bem ao Brasil”.
Será que foi esse um sinal – para o PT e para o juiz – de que ele não apenas está disposto a fazer uma delação premiada, como também tem muito a falar? E se a operação Lava Jato faz bem ao Brasil, segundo o ex-ministro de Lula e Dilma, estará fazendo bem também, na visão de Palocci, em investigar e expor os crimes de tantos políticos envolvidos; petistas inclusive?
