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62% das árvores que caem em SP são sadias

05/02/2015 14h08 - Atualizado há 9 anos Publicado por: Redação
62% das árvores que caem em SP são sadias

Das 1.765 árvores que caíram em cerca de três meses na cidade de São Paulo, recorde absoluto para o período, 62% estavam sadias, segundo o balanço parcial da “Operação Chuvas de Verão”, apresentado na quarta-feira, 4, pela Prefeitura. A queda de árvores neste verão chegou a matar uma pessoa e fechar pela primeira vez o Parque do Ibirapuera.

De acordo com a Prefeitura, pancadas de chuvas localizadas e fortes rajadas de vento – que chegaram a atingir 96 km/h – seriam o motivo para tantas árvores terem desabado. “Anteriormente, estávamos mais preocupados com o funcionamento dos semáforos”, afirmou a vice-prefeita, Nádia Campeão.

Apesar de não considerar a incidência de ventos fortes um acontecimento atípico para o verão, o gerente do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), Hassan Mohamad Barakat, afirmou que o pico foi mais intenso neste período. “Quando o vento chega entre os prédios, é canalizado e aumenta a potência em relação às arvores, que são distantes uma das outras e não podem apoiar-se entre si. Ainda há agravante do peso da chuva”, explicou.

A Prefeitura mapeou, via satélite, 650 mil árvores distribuídas pelo viário da cidade. Segundo Nádia Campeão, o próximo passo é fazer o cadastramento de cada uma. “Vamos alinhar uma série de ações ao longo do ano.” Entre outras medidas estão um manual de podas.

Críticas – Especialistas, no entanto, discordam da versão da Prefeitura. Para o engenheiro florestal Agnaldo Scarassati, o problema está no que a Prefeitura considera “árvore sadia”. “Eles consideram as plantas que não têm doenças ou pragas, mas o distúrbio fisiológico, como florescimento em época que não devia estar crescendo, perdas constantes de folhas e falta de irrigação também comprometem a árvore”, explica.

Já para o ambientalista Ricardo Cardim há falta de monitoramento adequado das árvores. “Das 650 mil monitoradas, só 7,4% foram avaliadas de perto nas suas condições de saúde. Como podem falar que existe essa fiscalização?”, indaga. “Os números divulgados ontem não condizem com a realidade de estado das árvores de São Paulo.”

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