Delação aponta pagamentos de US$50 mi para Lula e US$30 mi para Dilma
Os depoimentos de Joesley Batista, um dos controladores da JBS, e do executivo do grupo Ricardo Saud apontam para pagamentos de vantagens indevidas de 50 milhões de dólares ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de 30 milhões de dólares à ex-presidente Dilma Rousseff, ambos em contas no exterior.
A informação é do Ministério Público Federal e consta de inquérito no qual o presidente Michel Temer também é investigado.
Segundo o G1, ele afirmou que o dinheiro foi enviado por meio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e gastos “tudo em campanha”. Disse ainda que tanto Lula quanto Dilma tinham conhecimento dos repasses.
A defesa do ex-presidente Lula afirma “que as afirmações de Joesley Batista em relação a Lula não decorrem de qualquer contato com o ex-presidente, mas sim de supostos diálogos com terceiros, que sequer foram comprovados”. Lula é inocente, ainda segundo nota assinada pelos advogados Cristianio Zanin Martins e Roberto Teixeira. A assessoria da ex-presidente Dilma negou irregularidades, e disse que “são improcedentes e inverídicas as afirmações do empresário”.
Joesley disse: “Teve duas fases, a do presidente Lula e teve a fase da presidente Dilma (…) Na fase do presidente Lula chegou a US$ 80 milhões de dólares, na fase da presidente Dilma chegou a uns US$ 70 [milhões]. Ou ao contrário: US$ 70 [milhões] na do Lula e US$ 80 [milhões] na da Dilma.”
Segundo o delator, inicialmente ele não tinha se dado conta de que os valores eram destinados às campanhas eleitorais de Lula e Dilma. Percebeu quando Guido pediu a abertura de uma segunda conta, em nome do próprio empresário. “Foi aí a primeira vez que eu desconfiei que o dinheiro não era dele [Guido]”.
“Quando terminou o governo Lula, ele falou: agora tem que abrir outra conta. Essa conta é da conta do Lula. Essa aqui.. tem que abrir uma para Dilma”, disse. Fiz uma pergunta pra eles sabem disso? Lula sabe disso, Dilma sabe ? Não, sabe sim, eu falo tudo pra eles”.