Em SP, espaço cultural é reaberto como Centro da Diversidade
Pouco mais de um ano após ser
criado, o Espaço Cultural Itaim será reinaugurado pela Prefeitura de São Paulo
nesta sexta-feira, 29, com o nome de Centro Cultural da Diversidade (CCD). O
complexo receberá principalmente atividades relacionadas à temática LGBT e
ocupará as instalações do Teatro Décio de Almeida Prado e da Biblioteca Anne
Frank, no Itaim-Bibi, zona sul da capital.
O evento ocorre menos de uma semana após o
governador João Doria (PSDB) anunciar que o Casarão Franco de Mello, na Avenida
Paulista, será cedido ao Sesi – em vez de se tornar sede do Museu da
Diversidade Sexual, conforme foi anunciado na gestão Geraldo Alckmin (PSDB)
durante a Parada LGBT de 2014. Hoje, o museu funciona em um pequeno espaço de
exposições dentro da Estação República do Metrô.
No novo centro cultural, um prédio anexo foi
parcialmente grafitado com as cores do arco-íris, enquanto a biblioteca ganhou
uma estante com livros ligados à temática LGBT. “Parece fundamental que a
cidade tenha um espaço dedicado a isso. De forma que a gente possa não apenas
manter a programação, que já é tradicional da cidade, de acolhimento, mas
manter um espaço inteiramente dedicado a isso”, diz o secretário da
Cultura, Alê Youssef.
“A gente tem buscado encontrar vocações e
temáticas para determinados centros culturais para potencializar algumas áreas
e expressões culturais. É uma opção temática, assim como fizemos com o Centro
Cultural do Jabaquara, que virou o Centro de Culturas Negras do Jabaquara – Mãe
Sylvia de Oxalá, e o Centro Cultural São Paulo, que está totalmente dedicado a
uma cultura mais vanguardista”, explica. “A gente tem a compreensão
de que o pertencimento e o vínculo aos equipamentos passa por você entender as
oportunidades de aproximação de público e de responder a demandas da sociedade.”
Futuro – O centro cultural foi divulgado pela gestão Bruno Covas (PSDB) como o
primeiro de temática LGBT da cidade, pois inclui uma programação mais ampla do
que um museu. Segundo Youssef, o local receberá parte da agenda do Festival
Verão sem Censura, em janeiro, com espetáculos considerados
“censurados” pelo governo Jair Bolsonaro. “Peças de temática
LGBT são das preferidas dos censores do governo federal.” Além disso,
também será uma opção de espaço para a programação da Parada LGBT.