Fiocruz lança chamada pública para apoiar população vulnerável
Objetivo é financiar ações para diminuir contágio da COVID-19
A Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz) lançou nesta última quinta-feira (09) duas ações para ajudar no
combate à pandemia do novo coronavírus e diminuir o contágio entre as
populações mais vulneráveis e expostos à contaminação. Uma delas é a Covid-19:
Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais junto a Populações Vulneráveis.
O objetivo é financiar, em todo o país, projetos que contribuam na prevenção do
contágio nesses grupos sociais e também que garantam condições mínimas de
sobrevivência para as famílias que sofrem impactos econômicos por causa das
medidas de isolamento social em vigor em diversas cidades.
A chamada dividiu as propostas em três faixas, de acordo com o orçamento do
projeto. A primeira para até R $10.000, a segunda até R$ 25.000 e a
última faixa aceita propostas que custem até R$ 50.000. O orçamento total da
Fiocruz para a chamada pública é de R$ 600 mil, proveniente de doadores para a
instituição investir em ações emergenciais de enfrentamento à pandemia de
covid-19.
Os projetos devem ser vinculados pelo menos uma destas cinco áreas de interesse
determinadas pela Fiocruz: Segurança Alimentar; Comunicação; Saúde mental;
Assistência específica a grupos de risco; e Ações que facilitem o cumprimento
das medidas de afastamento social e higiene pessoal e coletiva.
Podem participar da chamada organizações da sociedade civil sem fins lucrativos
com histórico comprovado de atuação junto a populações vulneráveis. No caso de
coletivos sem personalidade jurídica atuantes em territórios socialmente
vulneráveis, os projetos devem ser apresentados por instituição parceira
legalmente constituída.
Segundo a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, a epidemia não chega da
mesma forma para todos os territórios, devido ao tamanho e às desigualdades
existentes no país. Com isso, as estratégias de contenção precisam ser
diferentes, olhando para as realidades sociais de cada território do Brasil.
“A chamada pública vai destinar os recursos recebidos por doações para
organizar uma resposta emergencial para populações mais vulneráveis. Com isto,
a Fiocruz espera cumprir o papel que vem desempenhando há 120 anos de promover
saúde pública para toda população”.
O regulamento e a ficha de inscrição podem ser acessadas no Portal Fiocruz. O
envio de propostas vai até o dia 17 de abril e o resultado será
divulgado no dia 1º de maio.
Campanha multimídia
A outra iniciativa da Fiocruz é a campanha multimídia Se Liga no Corona! de
prevenção à covid-19 nas favelas. A iniciativa é fruto de uma parceria com a
organização Redes da Maré, associações e conselhos de Manguinhos, onde se
localiza o campus da instituição, e o coletivo Favelas Contra o Coronavírus.
Serão difundidas informações sobre o novo coronavírus com embasamento
científico e adaptadas ao contexto das periferias. A campanha vai usar formatos
como radionovelas, spots para carros de som, cartazes, peças gráficas e vídeos
para mídias sociais. De acordo com Nísia, a iniciativa é importante para
atingir um público para o qual as campanhas educativas ainda não tinham sido
direcionadas.
“Até o momento, as orientações de prevenção têm se dirigido ao público de
classe média: medidas de isolamento em quartos individuais, evitar aglomerações,
álcool em gel e outros exemplos. Mas nós sabemos que não é essa realidade da
maioria da população. A campanha surge como um dos esforços da instituição,
conjugado aos de nossos parceiros nas comunidades, para enfrentarmos juntos
esse desafio”.
Entre os conteúdos disponibilizados há orientações sobre os protocolos de
higiene para entrega de cestas básicas e distância entre as pessoas em locais
públicos; vídeos de pergunta e resposta com especialistas; tema para foto e
capa de perfil no Facebook; peças adaptadas para stories e feed do Instagram,
entre outros.
Todo o conteúdo produzido pela campanha está disponível para download no Portal Fiocruz. O uso é livre para
distribuição pelos coletivos, organizações e indivíduos. Nas comunidades da
Maré e de Manguinhos, os conteúdos serão veiculados em rádios comunitárias e
afixados em estabelecimentos comerciais, pontos de ônibus e moto-táxi, nas
associações de moradores e em outras áreas de grande circulação de pessoas.
A campanha inclui também um selo de validação de materiais de comunicação
produzidos por organizações comunitárias parceiras. O conteúdo será revisado
por especialistas da Fiocruz e, se for procedente, recebe uma chancela
científica com o selo Fiocruz Tá Junto.