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Historiador vê como “irrelevante” fala de Lula sobre Holocausto

Ney Vilela afirma que Lula apenas forneceu munição para extremistas atacá-lo e usar isso como bandeira

24/02/2024 23h59 - Atualizado há 5 meses Publicado por: Redação
Historiador vê como “irrelevante” fala de Lula sobre Holocausto Divulgação

Autor de livros, como “Irmãos Inimigos – Judeus e Palestinos Lutam por Jerusalém” e  “O Confronto Vira Show: Como Os Telejornais Cobrem O Conflito Entre Israel E Palestina”, o historiador e escritor Ney Vilela vê como irrelevantes as afirmações do presidente brasileiro Luíz Inácio Lula da Silva, que comparou as 30 mil mortes na Faixa de Gaza ao Holocausto. Para ele, Lula, ao fazer tais afirmações apenas ajudou a extrema-direita, seja o primeiro –ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, seja o ex-presidente Jair Bolsonaro, que deve usar as falas de Lula hoje em seu ato público na Avenida Paulista, que Vilela classifica como “passeio” ou “convescote”.

“Antes de comentar o que o Lula disse. Vamos pensar um pouquinho na situação do Brasil no que se refere ao conflito de Israel e Hamas. Primeiro: O Brasil não é vizinho de Israel e nem do território onde vivem os palestinos. Segundo: O Brasil não é importante parceiro comercial de nenhum dos dois e um parceiro pequeno em relação aos países árabes. Terceiro: O Brasil não faz pare de nenhuma organização supranacional, que possa ter maior influência neste confronto, com exceção da ONU. Além disso, o Brasil não tem forças armadas de tamanho apreciável, não tem um histórico em relação ao confronto árabe-israelense de participação, intervenção ou moderação. Este é o caso. O Brasil, neste confronto, é uma entidade absolutamente desimportante”, explica Vilela.

O historiador afirma que Lula peca muito quando se mete em temas geopolíticos. “Falando de Lula. Ele, como sempre faz, cometeu um excesso verbal, que, além de tudo, é equivocado, mas absolutamente desimportante, assim como tudo que Lula fala sobre questões internacionais, assim como também o que ele não fala. Ele se calou sobre a morte de Alexei Navalny, na Rússia, ele não fica preocupado com a Venezuela, que vive expulsando do debate político todas as pessoas que façam oposição ao ditador de plantão. O Brasil não apoiou o Equador nestes momentos de crise que o país passou, o Brasil não tem qualquer importância com relação aos acontecimentos com a Argentina, e poderia ter. E Lula não tem nenhum traquejo ou capacidade de falar de problemas internacionais”, diz ele.

Por fim, Vilela ressalta que as afirmações de Lula apenas servirão como combustível e argumento para o ato público que o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores deem promover hoje na Avenida Paulista. “Agora, ficar falando muito mal do que o Lula fez, também é algo que soa apenas como um vazio debate político e ideológico em que o Brasil infelizmente se meteu. Lula não falou todas as abobrinhas que o chanceler israelense disse que ele falou. E nisso o chanceler mentiu. Mas ele, o chanceler de Israel tem uma motivação. O primeiro ministro Benjamin Netanyahu está totalmente isolado internacionalmente. Então, qualquer coisinha que faça lembrar que Israel foi o país que sofreu o Holocausto, o Netanyahu usa. E o Lula, nesta brincadeira, só ajudou a extrema-direita. A de Israel, e a brasileira que agora tem alguma motivação a mais para fazer aquele passeio, aquele convescote, hoje, 25 de janeiro, na Avenida Paulista”, conclui ele.

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