Hospital Municipal de Guarulhos pretende ampliar cuidados com saúde mental
O Hospital Municipal de Urgências de Guarulhos (HMU) recebeu
solicitação para ampliar o serviço de psiquiatria com a criação de ambulatórios
especializados (1-ambulatório de depressão refratária e cetamina, 2-ambulatório
de esquizofrenia refratária e clozapina e 3-ambulatório de transtorno afetivo
bipolar refratário) para transição de cuidados entre a internação na enfermaria
do HMU e o encaminhamento à rede (CAPS ou UBS).
Atualmente, a cidade tem de déficit de 39 leitos de saúde mental em hospital
geral para pessoas com transtorno mental e/ou necessidades decorrentes do uso
de crack, álcool e outras drogas, o município de Guarulhos conta com
atendimento psiquiátrico ambulatorial em apenas 4 Unidades Básicas de Saúde das
69 do município (UBS Parque CECAP, UBS Vila Galvão, UBS Cummins e UBS Jurema),
onde a população dispõe de 84 horas semanais daquele atendimento especializado.
O cuidado com a saúde mental tem ganhado importância no debate de políticas
públicas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em torno de 96,8% dos
suicídios têm ligação direta com transtornos mentais, entre eles transtornos
afetivos bipolares, depressão, dependência química e esquizofrenia e 9 em cada
10 suicídios completos poderiam ser prevenidos com tratamento adequado.
Além disso, o estudo Mental Health Atlas 2017 da OMS indicou que cada US$ 1
investido na ampliação do tratamento para transtornos mentais comuns, como
depressão e ansiedade, resulta em um retorno de US$ 4 em melhores condições de
saúde e capacidade de trabalho.
Hospital promove seminário sobre
depressão
O Hospital Municipal de Urgências promoveu seminário intitulado “Cetamina:
novo paradigma no tratamento da depressão”. O tema central do debate era o uso
da cetamina, um anestésico usado desde a década de 1960, para tratar a doença.
Na maior parte dos estudos realizados até agora, a cetamina tirou os pacientes
de crises graves com rapidez impressionante.
A última das pesquisas, feita sob o comando do Instituto Nacional de Saúde
(NIH), dos Estados Unidos, revelou que em apenas duas horas a droga reduz
sinais graves, como ideias suicidas, e atinge o pico em 24 horas. As medicações tradicionais demoram em média
quinze dias para sutir efeito. Por isso, a cetamina é considerada a maior
revolução contra a enfermidade desde o Prozac, lançado em 1986.