Isolamento Social cai para 49% em São Paulo, segundo Doria
Meta estabelecida pelo governo é em torno de 70%
O isolamento social no estado de São Paulo caiu nos últimos
dias. Segundo o governador João Doria, o isolamento está hoje em cerca de 49%
em todo o estado, bem abaixo da meta estabelecida pelo governo, em torno de
70%, taxa considerada mínima para impedir a alta disseminação do coronavírus e
o colapso no sistema de saúde.
Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Social, Patrícia Ellen, o
estado de São Paulo atingiu na última quarta-feira (08) sua menor taxa de
isolamento, desde o início da quarentena em meados de março. “Nós atingimos
ontem a menor taxa de distanciamento social, desde que iniciamos a quarentena.
Estamos entre 49% e 50% da população isolada, menos da metade. E chegamos a
alcançar taxas de 60%. Agora estamos com taxas que nos preocupam muito porque
todas as estimativas com relação a leitos e ao combate da pandemia estão sendo
feitos assumindo o nível de distanciamento entre 60% e 70%. E não estamos
alcançando esse indicador”, disse.
Segundo Doria, a diminuição dessa taxa se deve principalmente por notícias
“irresponsáveis” nas redes sociais, que pedem o fim do isolamento. O isolamento
social é prática utilizada no mundo todo como única alternativa para o controle
do coronavírus. Em São Paulo, a quarentena foi ampliada até 22 de abril. “Há
informações e estímulo nas redes sociais, de pessoas que são absolutamente
irresponsáveis, propondo e estimulando o relaxamento das medidas de isolamento.
Volto a pedir, não saia de casa. Se você estima seus pais, seu marido, seus
filhos, seu vizinho, seus demais parentes, não saia de casa. Sempre que você
sair de casa sem necessidade você está colocando em risco a sua vida, a sua
saúde e também de outras pessoas”, alertou o governador.
Doria chamou a atenção ainda que abril será o mês mais crítico da doença no
estado e que, por isso, o isolamento é fundamental nesse período. “Não há
nenhum abrandamento nas medidas que o estado de São Paulo adotou e continuará
mantendo. Volto a repetir, nós apenas iniciamos o período mais crítico, mais
difícil, mais dramático e mais triste dessa crise que vai produzir centenas de
óbitos e, lamentavelmente, milhares de pessoas infectadas”.
Ao mostrar um gráfico em que compara o desempenho de São Paulo com o de outros
países em número de casos confirmados da doença, o secretário estadual de
Saúde, José Henrique Germann, disse que São Paulo já passou as linhas de
registro de contágio de países como Japão e Singapura, e está se aproximando da
linha da Coreia do Sul, que será ultrapassada já nos próximos dias. Acima dessa
linha da Coreia do Sul estão países como Estados Unidos, Espanha, Itália,
China, França e Reino Unido.
“O que quero dizer é que a nossa curva tem duas maneiras de se enxergar. A
primeira é que estamos abaixo da Coreia do Sul. O que é uma coisa importante.
Mas o segundo é que ela está embicando para cima, o que significa que
precisamos tomar alguma providência para ver se trazemos a curva de novo para
baixo. E que providência é essa? O isolamento social. Enquanto tivermos
isolamento social em 50%, não vamos conseguir dobrar essa curva”, advertiu o
secretário.
“Por isso, fiquem em casa. Precisamos de mais pessoas em casa”, ressaltou o
secretário, acrescentando que “se não tivéssemos feito nada, hoje teríamos dez
vezes mais pacientes portadores da virose do que temos hoje”.
São Paulo tem hoje 6.708 casos confirmados de coronavírus, com 428 óbitos. Há
ainda 1.648 pessoas internadas por coronavírus, sendo que 844 em unidades de
terapia intensiva (UTI).