Maia defende instalação de CPI sobre Cachoeira
O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), defendeu nesta terça-feira, 10, que seja criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, com integrantes da Câmara e do Senado, para investigar denúncias de vinculações políticas de parlamentares com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais.
Maia afirmou que deve se encontrar ainda nesta terça-feira como presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), sobre a possibilidade de uma CPI mista. O deputado disse ainda que se não for possível integrar os trabalhos nas duas Casas, irá instalar uma CPI na Câmara.
“Podemos trabalhar para uma CPI mista”, disse Maia a jornalistas. “Se não avançar no Senado, eu vou criar a CPI aqui na Câmara.”
Cachoeira, preso desde fevereiro pela Polícia Federal, teria ligações com parlamentares como os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) e o senador Demóstenes Torres (sem partido -GO), segundo informações divulgadas na imprensa.
Segundo o presidente da Câmara, há assinaturas suficientes na Casa para a instalação de CPI. O regimento determina o mínimo de 171 assinaturas de deputados para criar uma comissão de inquérito. No Senado, a exigência é de 27 assinaturas.
A bancada do PT no Senado tem defendido que senadores tenham acesso aos autos do processo, o que seria possível por meio de uma CPI, depois que depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) negou acesso aos autos de inquérito sobre o tema à corregedoria e ao Conselho de Ética da Casa.
A criação da comissão tem sido apoiada, inclusive, por partidos da oposição, como o PSDB. A bancada de senadores da legenda deve se reunir na tarde desta terça para oficializar sua posição. O PSOl também tem se movimentado pela criação de uma CPI.