Marinha vê crise do óleo estabilizada e deve desmobilizar parte das equipes
A Marinha informou nesta
última sexta-feira, 29, que considera estabilizada a crise pelo avanço do óleo
sobre o litoral brasileiro e deve enviar de volta ao Rio de Janeiro, a partir
de 20 de dezembro, tropas que reforçam o combate ao desastre ambiental.
“Basicamente o que toca a praia hoje são
vestígios (das manchas de óleo). A quantidade é pequena. O que nos leva a falar
que estamos vivendo período de estabilização”, disse o coordenador
operacional do grupo de acompanhamento e avaliação da Marinha, almirante
Marcelo Francisco Campos.
Em 20 de dezembro próximo começará a segunda
fase da Operação Amazônia Azul, com foco em ações de manutenção e controle,
conduzidas por equipes locais da Marinha e agentes de Estados e municípios. As
equipes do Rio, no entanto, devem seguir em alerta para retornar às praias em
casos de emergências.
“Diria que situação hoje é controlada,
maior parte das áreas atingidas hoje estão limpas. E quantidade de óleo que tem
aparecido, é cada vez menor”, afirmou Campos. Com a decisão de
desmobilizar tropas, devem retornar ao Rio os dois maiores navios da Marinha: o
Bahia e o Atlântico.
No começo de 2020, a Marinha deve começar a 3ª
fase da operação Amazônia Azul, com ações de monitoramento nas praias. O
governo usará equipes da “Operação Aspirantex”, com agentes da
esquadra brasileira, e da tradicional Operação Verão, que fará ações de
prevenção da poluição hídrica. Nesta fase serão mobilizados 5 mil funcionários
militares e civis.
Segundo o almirante Campos, há 19 dias não são
encontradas manchas no mar. Na última semana, 99% das ocorrências são de
vestígios do óleo, afirmou. O militar não descartou, porém, o retorno de grande
volume de óleo às praias. “Em face do ineditismo dessa grave ocorrência,
estamos nos preparando para tudo”, disse.
Segundo Marcelo Amorim, do Ibama, a “área
de interesse” das ações de combate ao óleo se estende por 4 mil
quilômetros, sendo que em 800 quilômetros houve pontos atingidos.
O almirante Campos disse que segue como
“uma das hipóteses” que o olho tenha sido derramado pelo navio grego
Bouboulina. “Estamos até analisando naufrágios da época da 2ª guerra. Mas
o mais provável é o trânsito de embarcações com derramamento desse óleo
acidentalmente ou não”, disse.