No Brasil, 25 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus
Dados divulgados neste último domingo (22) pelo Ministério
da Saúde mostram que o número de mortes em decorrência da covid-19, doença
causada pelo novo coronavírus, subiu de 18 para 25 do último sábado (21) até
ontem (22). Já o número de pessoas que contraíram o vírus passou de 1.128 para 1546.Os
números foram apresentados pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em
coletiva transmitida pela TV Brasil.
Na última sexta-feira (20), o Ministério da Saúde reconheceu a transmissão
comunitária do coronavírus (Covid-19) em todo o país. Segundo a pasta, com a
nova atualização, todos os estados brasileiros possuem casos do novo
coronavírus. A Região Sudeste concentra o maior número de casos (926), seguida
da Região Nordeste (231), da Sul (179), da Centro-Oeste (161) e a Região Norte
(49).
São Paulo acumula o maior número de casos (631), seguido por Rio de Janeiro
(186), Distrito Federal (117), Ceará (112), Minas Gerais (83) e Rio Grande do
Sul (73).
Em seguida vem Santa Catarina (57), Paraná (50), Bahia (49), Pernambuco (37),
Amazonas (26), Espírito Santo (26), Goiás (21), Mato Grosso do Sul (21), Acre
(11), Sergipe (10), Rio Grande do Norte (nove), Alagoas (sete), Pará (quatro),
Piauí (quatro), Rondônia(três), Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Tocantins e
Rondônia (dois cada). Amapá e Paraíba (um).
De acordo com o ministro, a estimativa é que metade da população seja
contaminada pelo novo coronavírus e que, desse total, mais da metade não vai
apresentar sintomas. Segundo Mandetta, cerca de 15% das pessoas que
apresentarem os sintomas precisarão de internação hospitalar.
Teste
Durante a coletiva, o ministro falou sobre a intenção do governo de adquirir de
cinco a dez milhões de testes rápidos para aumentar a velocidade de
identificação de novos casos de coronavírus no país. A ideia é repetir o mesmo procedimento
adotado na Coreia do Sul, onde a população pode realizar os testes em “postos
volantes” localizados nas ruas.
Mandetta disse que para a medida se concretizar é necessário que o governo
adquira um equipamento capaz de fazer o procedimento de testagem de maneira
automática ou com pouca participação humana. A estimativa é que sejam
realizados pela máquina de 30 a 50 mil exames por dia.
“É nossa intenção. Mas pode ser que não se
concretize. Se não tiver nada diferente, continuamos fazendo o nosso teste como
fazemos hoje”, disse o ministro. “Todos estados têm capacitação para fazer os
testes”, acrescentou.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira,
falou ainda sobre os testes rápidos que o governo anunciou que vai adquirir e
que serão destinados aos profissionais de saúde. Segundo Oliveira, os testes já
foram aprovados pelas agências reguladoras da China e União Europeia e serão
usados nos profissionais que apresentarem algum tipo de sinal ou sintoma do
coronavírus. “Se o teste for positivo ele permanece em isolamento, se for
negativo ele deve recompor a força de trabalho”, afirmou.
Vacina da gripe
Mandetta lembrou que nesta segunda-feira (23) tem início a Campanha Nacional de
Vacinação contra a Gripe. Na primeira etapa, os públicos prioritários são
idosos acima de 60 anos e trabalhadores da saúde. De acordo com o ministro,
este ano haverá a ampliação da vacinação para as pessoas com faixa etária entre
55 a 59 anos e para pessoas com deficiência.
O ministro lembrou ainda que este também é o período mais crítico de
transmissão da dengue e pediu para quem está recolhido em casa que colabore com
a eliminação do mosquito.
Verba
O ministro comentou ainda a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Alexandre de Moraes, que determinou a imediata destinação de R$ de 1,6
bilhão ao Ministério da Saúde para custeio de ações de combate ao novo
coronavírus. O recurso, que inicialmente foi direcionado para o Ministério da
Educação, vem do fundo criado pela operação Lava-jato com as multas pagas pela
Petrobras nos Estados Unidos.
“Essa decisão sinaliza que o Judiciário está muito atento ao momento da Saúde
pública e é muito correto que eles assim o procedam”, disse o ministro, que não
deu detalhes de onde os recursos serão aplicados.
Cloroquina
O ministro comentou sobre a utilização do medicamento cloroquina no
tratamento do novo coronavírus. Mandetta disse que alguns pacientes já vêm
sendo tratados com essa medicação, mas ainda não é possível dizer se a
cloroquina teve papel decisivo na melhora dos pacientes.
“Há indícios e continuam como indícios,
são poucos os pacientes tratados e não sabemos se o medicamento foi decisivo ou
não para o caso”, disse.
O ministro eslcareceu ainda que o governo ainda não definiu o protocolo
para o uso da medicação e que caso o produto se comprove eficaz o Brasil tem
capacidade para produzí-lo e exportá-lo.
Fake News
O ministro também falou sobre um áudio que circulou via Whatsapp como se fosse
dele. No áudio, a pessoa falava sobre a expansão do vírus no país. O ministro
reclamou e chamou de fake news e disse que não manda áudios para
ninguém e que todas as suas manifestações sobre a pandemia do coronavírus
ocorrem durante entrevistas com a imprensa ou eventos oficiais.
“Fizeram um áudio dizendo que era a minha voz.
Eu não gravo absolutamente nada de áudio, nunca fiz. Tudo o que eu falar vai
ser dito claramente sempre à frente das câmeras. Essa é a maneira que a gente
tem de nos posicionarmos em relação aos fatos”, ressaltou.