Presença online de órgãos públicos está em alta
Interação em tempo real para atendimentos, entretanto, ainda é baixa
Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais
aumentaram a presença na internet, por meio de sites e perfis em redes sociais.
Mas o uso de outras ferramentas, como mecanismos de interação em tempo
real, ainda é baixo. Essas instituições ainda precisam avançar também no
emprego de tecnologias digitais para conexão e processamento de suas
atividades.
É o que mostra a pesquisa TIC Governo Eletrônico 2019, divulgada nesta última
terça-feira (12) pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da
Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do
Ponto BR (NIC.br), vinculado ao Comitê Gestor da Internet. O estudo analisou a
presença na web e o uso de
tecnologias digitais por governos, parlamentos e órgãos do Judiciário nas três
esferas federativas.
Os websites são utilizados por 95% dos entrevistados. Na esfera
federal, todos os órgãos já possuem páginas próprias. Já na estadual, o índice
é de 94%. Na esfera municipal, entre 100% e 95%, a depender do número de
cidadãos. Já os perfis em redes sociais foram criados por 85% das instituições
consultadas, sendo 99% nas federais e 83% nas estaduais.
Em relação ao tipo de rede social, as mais populares são Facebook e Yahoo
(79%), publicadores de fotos e vídeos como Flickr, Snapchat e Periscope (64%),
Youtube ou Vimeo (50%), Twitter (50%), Whatsapp ou Telegram (28%) e blogs em
plataformas como WordPress, Blogspot ou Medium (16%).
Nesses canais, as atividades mais comuns são a publicação de notícias sobre o
órgão (98% na esfera federal e 95% na estadual), divulgar serviços ou campanhas
(97% e 91%) e responder a comentários e dúvidas dos cidadãos (87% e 82%).
A interação online se
dá, sobretudo, por e-mail (98%
nos entes federais, 95% nos estaduais e 95% para municipais). Em seguida vêm
mecanismos de acesso à informação (90%, 64% e 71%), denúncias online (80%, 61%
e 62%) e formulário eletrônico (76%, 59% e 68%).
Mas formas mais interativas ainda são recursos pouco populares. Os atendimentos
em tempo real por chats aparecem somente em 8% dos órgãos na esfera
federal e 5% na estadual. Os assistentes virtuais, que usam robôs (chatbots),
são utilizados por 9% e 6%, respectivamente.
Conectividade e novas tecnologias
Entre os órgãos públicos estaduais, a conexão via fibra ótica, a infraestrutura
mais robusta, subiu de 85% para 94% entre 2015 e 2019. A por modem 3G ou 4G
ainda é presente, saindo de 54% para 47% no mesmo período. Nas prefeituras,
esta tecnologia saiu de 30% para 73% em quatro anos.
Novas tecnologias digitais ainda não são aplicadas pela maioria.
Os e-mails em nuvem são adotados por 36%, o armazenamento de dados em
nuvem por 24%, softwares de escritório em nuvem por 20% e o
processamento de informações na nuvem por 18%. O termo “nuvem” se refere a
serviços ofertados por empresas nos quais os dados são armazenados em um
servidor e acessados via internet.
As análises de sistemas inteligentes de grandes quantidades de dados, o
chamado Big Data (em inglês), são realizadas por 23% dos órgãos
consultados. Mas o nível varia por tipo de Poder: o índice é de 62% no
Ministério Público, 55% no Legislativo, 26% no Judiciário e 20% no Executivo.
No recorte por ente, 32% das instituições utilizam na esfera federal e 22% na
estadual.