Rio+20 não pode criar barreiras a países pobres
O Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, alertou nesta quinta-feira, 14, que os compromissos assumidos na Rio+20 não podem se transformar em futuras barreiras comerciais que prejudiquem os países pobres e emergentes.
“Não podemos transformar objetivos futuros em barreiras ao comércio e empecilhos aos países menos favorecidos”, disse Patriota em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na Rio+20.
“Nós temos que advertir para esse riscos”, acrescentou.
Apesar do alerta, o ministro acredita que a Rio+20 vai em busca de uma agenda positiva que garanta o avanço dos países em termos ambientais, econômicos e do desenvolvimento sustentável.
“A gente está para (criar) uma agenda positiva e não para criar condicionalidades, empecilhos, obstáculos. A agenda é de objetivos que congreguem, somem e que, sobretudo, dêem atenção aos países menos favorecidos”, declarou.
Segundo ele, o compromisso assumido pelos participantes da Rio+20 é não retroceder em relação àqueles já firmados há 20 anos, na Eco92, também realizada no Rio de Janeiro.
“O ser humano está no centro das preocupações do desenvolvimento sustentável. Não podemos retroceder”, declarou o chanceler.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, buscará estabelecer as chamadas metas de desenvolvimento sustentável (SDGs, na sigla em inglês), que não serão obrigatórias, em áreas como segurança alimentar, energia e acesso à água.
Entretanto, as expectativas para a conferência são baixas, após vários governos terem minimizado os potenciais resultados do encontro e estarem focados, em vez disso, em resolver os problemas econômicos mundiais, especialmente na zona do euro.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defendeu uma aproximação cada vez maior entre a indústria e ambientalsitas, tendo em vista o desenvolvimento sustentável.
“Sairmos do idealismo para o pragmatismo do desenvolvimento sustentável, esse é o desafio para a Rio+20. É um momento de partida”, afirmou.
Segundo a ministra, é a oportunidade de avançar para uma ação entre todos. “Não dá para excluir mundo econômico, financeiro e a tecnologia, e também não dá para deixar de incluir pessoas e desigualdade”, disse a ministra.
Izabella Teixeira acrescentou que o Brasil vai ter nos próximos anos um papel preponderante na expansão da produção e oferta de alimentos no mundo, mas ela garantiu que o país não vai comprometer as suas metas de sustentabilidade e de preservação do meio ambiente.
“Para aumentar a produtividade o Brasil não precisa desmatar suas florestas…temos que trabalhar cada vez mais na convergência entre o setor agrícola e a sustentabilidade. A era agora não é mais de divergência”, disse.