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Um ano depois da Copa, metade do ‘legado’ ainda não foi entregue

09/06/2015 13h24 - Atualizado há 9 anos Publicado por: Redação
Um ano depois da Copa, metade do ‘legado’ ainda não foi entregue

Em agosto do ano passado, logo após o fim da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff comentou o atraso em várias das obras de infraestrutura planejadas para o evento, dizendo que muitas delas estavam em andamento e que “todos esses investimentos ficarão prontos para os brasileiros.”

Passado quase um ano do torneio, metade do “legado” previsto ainda não foi entregue, como mostra um levantamento feito pela BBC Brasil.

Das 44 obras de mobilidade urbana que deveriam ser entregues para o Mundial, 20 não ficaram prontas.

Essas obras estão elencadas na versão consolidada da Matriz de Responsabilidades, divulgada pelo Ministério do Esporte em julho do ano passado.

O documento estabelece quem é responsável pela liberação de recursos e pela execução de todas as obras previstas para a Copa.

Desde o primeiro documento – que continha 82 obras (desde estádios, reformas em portos e aeroportos até projetos de mobilidade) – foram feitas atualizações, com alguns projetos saindo da Matriz por não terem um cronograma possível de ser cumprido até a Copa.

Sobraram 44 obras de mobilidade na última versão apresentada, e os casos que chamam mais atenção são Cuiabá, Fortaleza e Recife. As duas primeiras não concluíram, até hoje, nenhum dos projetos de mobilidade prometidos para o Mundial – eram três em Cuiabá e seis em Fortaleza.

Em Cuiabá, as obras da Copa são alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar irregularidades nas construções – especialmente na do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que ainda está no início e já consumiu mais R$ 1 bilhão do seu orçamento que era de R$ 1,4 bilhão.

Das 12 cidades-sede, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo foram as únicas que já entregaram o prometido. Mas, no caso de BH, problemas estruturais chegaram a comprometer algumas das obras – incluindo a do viaduto de Guararapes, que desabou durante o Mundial, e a do viaduto Montese, que ficou nove meses interditado para reparos.

Os dois são alvos de um inquérito na Polícia Civil, que indiciou o secretário de Obras e Infraestrutura da cidade, José Lauro Nogueira, e outras 17 pessoas por homicídio com dolo eventual e tentativa de homicídio – duas pessoas morreram com a queda do viaduto e 23 ficaram feridas. A investigação concluiu que o acidente foi causado por um erro de cálculo e que a prefeitura chegou a ser alertada dos problemas – sem interditar as obras. Procurada pela BBC Brasil, a Prefeitura de Belo Horizonte não enviou posicionamento sobre os casos até o fechamento desta reportagem.

Apesar de muitas obras ainda não terem sido entregues, o Ministério do Esporte disse, por meio de nota, que “a Copa do Mundo acelerou projetos de infraestrutura nas cinco regiões do país” e que “. há melhorias visíveis nas cidades a partir dos investimentos do plano de legado”.

 

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